Os brasileiros ficaram menos propensos às compras em janeiro, segundo dados da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). O índice de Intenção de Consumo das Famílias (ICF) recuou 0,3% em relação a dezembro, na série com ajuste sazonal, descendo a 97,1 pontos, ainda abaixo do nível de satisfação de 100 pontos.
Em termos de pontuação, porém, o indicador alcançou o maior nível para meses de janeiro desde 2015, quando estava em 119,7 pontos. Em relação a janeiro de 2019, o ICF mostrou crescimento de 1,2%.
Na passagem de dezembro de 2019 para janeiro de 2020, houve piora na avaliação sobre a perspectiva de consumo (-0,9%) e os componentes relacionados ao mercado de trabalho: emprego atual (-1,6%), perspectiva profissional (-1,4%) e renda atual (-1,3%).
Por outro lado, as avaliações foram mais positivas sobre o momento para o consumo de bens duráveis (3,3%), nível de consumo atual (0,6%) e acesso ao crédito (0,3%).
Janeiro é um mês em que parte dos contratos de trabalho temporário é encerrada, o que pode ter provocado a piora dos componentes relacionados ao emprego, apontou Catarina Carneiro da Silva, economista da CNC responsável pelo estudo.
"Normalmente, também há uma redução de renda neste período, visto que os funcionários não sentem os efeitos do benefício do décimo terceiro e da disponibilidade do saque do FGTS, como em dezembro. Além, claro, dos gastos sazonais no início do ano, como IPTU, IPVA e matrículas escolares", enumerou Catarina, em nota oficial.
Segundo a CNC, os consumidores estão cautelosos com seus gastos no curto prazo, mas a pesquisa aponta um cenário mais otimista no longo prazo.