A Fifa contestou, em uma comunicado oficial no domingo e através do secretário-geral adjunto Alasdair Bell nesta segunda-feira, a investigação desencadeada pela Justiça da Suíça contra o presidente da entidade, o suíço Gianni Infantino, garantindo não existir "absolutamente nada que a sustente" do ponto de vista criminal, "nem um remoto vestígio".
O promotor especial Stefan Keller concluiu na semana passada uma investigação sobre acusações envolvendo Infantino e o procurador-geral da Suíça, Michael Lauber, depois de surgirem "elementos que compõem um comportamento repreensível". Lauber anunciou a sua renúncia na semana passada.
Keller abriu um processo criminal contra Infantino e o promotor de Valais, Rinaldo Arnold, solicitando autorização para abrir uma ação judicial também contra Lauber, de acordo com um comunicado da autoridade suíça que supervisiona o Ministério Público Federal.
Especialista jurídico nomeado para o cargo de promotor especial em 29 de junho, Keller descobriu que possíveis infrações incluíam abuso de cargo público, violação de sigilo oficial, "auxiliar os infratores" e "incitação a esses atos", disse a autoridade supervisora do gabinete do procurador-geral em um comunicado, adicionando que outros atos e procedimentos criminais também podem ser considerados. Nesses casos, os suspeitos se beneficiam de uma presunção de inocência na Suíça até que os processo seja concluído.
"Não há nada a esconder. Ele (Infantino) será o mais transparente possível e a verdade será mostrada", disse Bell, em entrevista por videoconferência nesta segunda-feira. "Quero que deixe claro que não há qualquer base para essa investigação penal. Não há nenhuma descrição de comportamento fora da lei de nenhum tipo. A não ser que se reunir com o procurador-geral tenha se convertido em um crime na Suíça", ironizou o dirigente.
O comunicado oficial emitido pela Fifa no domingo foi no mesmo tom de Bell. "Não havia e não há absolutamente nenhuma razão para iniciar uma investigação porque nada ocorreu de forma criminal. Não há nenhuma evidência concreta ou vestígio de qualquer tipo de ofensa criminal", informou a entidade.
A Fifa divulgou ainda que o objetivo das reuniões com o procurador-geral passava sempre por "oferecer o apoio total às investigações". "O presidente da Fifa e os seus parceiros foram ver o juiz de mais alto escalão do país para descrever as mudanças ocorridas na Fifa e ofereceram a sua cooperação para processar atos criminosos. (Infantino) Compareceu lá de boa fé e como representante da Fifa. Isso também faz parte de seus deveres fiduciários como presidente da Fifa", completou a nota.