Apesar da instabilidade das bolsas internacionais, o Ibovespa engata o segundo dia consecutivo de elevação, após ter interrompido ontem uma série de quatro quedas seguidas, fechando com elevação de 1,25%, aos 93.53117 pontos. Mais cedo, a alta externa ainda refletia resultados de indicadores sugerindo retomada nos EUA e após novos estímulos para combater os impactos da pandemia do coronavírus.
Entretanto, lá fora as bolsas passaram a ficar instáveis, com o Dow Jones e o S&P 500 migrando para o terreno negativo, enquanto as commodities já estavam em queda, em meio a um cenário de dúvidas quanto a uma possível nova onda de infecção pela pandemia do coronavírus. Além disso, o investidor pode adotar certa cautela por conta das tensões geopolíticas envolvendo Índia e China e as duas Coreias.
"Seria preciso o Ibovespa retomar o nível perto dos 98 mil pontos para consolidar o processo de recuperação", diz o economista-chefe do ModalMais, Álvaro Bandeira, reconhecendo que o dia também pode ser de um pouco de "prudência" em razão do clima preocupante por questões geopolíticas e da possibilidade de uma segunda onda de covid-19 em algumas partes do globo.
Coincidindo com o vencimento de opções sobre Ibovespa, a quarta-feira é de decisão do Comitê de Política Monetária (Copom). Levantamento realizado pelo Projeções Broadcast mostra que 52 de 54 estimativas são de corte de 0,75 ponto porcentual para a decisão que será anunciada no início da noite.
A expectativa de queda do juro básico reforça a procura por Bolsa no momento em que a renda fixa tem se tornado pouco atrativa para o investidor. O recuo é visto como uma forma de tentar estimular o consumo que está deprimido. Os impactos do coronavírus foram visíveis em mais um indicador no Brasil.
O volume prestados de serviços, informado pela manhã pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), caiu 11,7% em abril ante março, mostrando recuo mais forte do que a mediana de -10,6% das estimativas na pesquisa do Projeções Broadcast, cujo intervalo ia de queda de 34,20% a 5,20%. O dado é mais um a dar suporte para a expectativa de queda na taxa Selic hoje à noite pelo Comitê de Política Monetária (Copom).
"Hoje não tem nenhum grande catalisador, a não ser a espera pelo Copom, que deve cortar o juro em 0,75 ponto porcentual e quem sabe deixando a porta aberta para novos recuos", estima Matheus Soares, analista da Rico Investimentos.
Às 11h47, o Ibovespa subia 1,15%, aos 94.602,33 pontos.