O Banco Central já trabalha com uma retração do Produto Interno Bruto (PIB) inferior a 5,0% em 2020. Em evento virtual na manhã desta segunda-feira, 19, o presidente da autarquia, Roberto Campos Neto, afirmou que as projeções atuais já indicam um recuo menor que o esperado anteriormente, em meio à pandemia do novo coronavírus. Ele citou a expectativa de uma retração de 4,5% do PIB no ano.
O porcentual, citado por Campos Neto durante evento do Milken Institute, é inferior ao publicado no último Relatório Trimestral de Inflação (RTI), de setembro deste ano, quando o BC projetou queda de 5,0% do PIB. No fim de junho, a projeção era de baixa de 6,4%.
A queda de 4,5% também está abaixo das previsões atuais do mercado financeiro. O Relatório de Mercado Focus, publicado hoje, indicou que a projeção mediana dos economistas do mercado é de 5,00% de queda.
Essas projeções estão abaixo das verificadas no auge da pandemia do novo coronavírus. Ainda no primeiro semestre do ano, algumas instituições financeiras chegaram a citar a possibilidade de recuo de dois dígitos do PIB brasileiro este ano. No entanto, Campos Neto tem lembrado que os programas do governo para sustentar a economia durante a crise minimizaram os efeitos sobre o PIB.
<b>Auxílio emergencial</b>
Na manhã desta segunda, em outro evento, o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que as previsões iniciais eram de que o PIB brasileiro cairia 10%. Agora, as projeções de mercado estão em recuo de 5,5% e 5,0%. "Mas achamos que será menos, uma queda de cerca de 4%", pontuou.
Segundo o ministro, o auxílio emergencial salvou "os sinais vitais da economia". "O Brasil gastou 10% do PIB nessa operação de resgate na pandemia. O gasto foi o dobro dos emergentes, mas sem arrependimento", disse.