Em discurso gravado para Assembleia-Geral da ONU, o presidente Jair Bolsonaro rebateu críticas sobre a forma como o governa lida com a questão ambiental. O chefe do Executivo brasileiro afirmou que o País é vítima de "uma das mais brutais campanhas de desinformação sobre a Amazônia e o Pantanal".
"A Amazônia brasileira é sabidamente riquíssima. Isso explica o apoio de instituições internacionais a essa campanha escorada em interesses escusos que se unem a associações brasileiras, aproveitadoras e impatrióticas, com o objetivo de prejudicar o governo e o próprio Brasil", afirmou.
Como o <b>Estadão/Broadcast</b> adiantou, pressionado por investidores e organizações internacionais, Bolsonaro iria mesmo usar seu pronunciamento para tentar reverter a imagem negativa do País sobre a preservação ambiental, em um momento em que o Brasil vive alta nos índices de desmatamento na Amazônia, além de enfrentar incêndios na região e na área do Pantanal.
"Nossa floresta é úmida e não permite a propagação do fogo em seu interior. Os incêndios acontecem praticamente, nos mesmos lugares, no entorno leste da floresta, onde o caboclo e o índio queimam seus roçados em busca de sua sobrevivência, em áreas já desmatadas", disse.
Bolsonaro afirmou que mantém uma política de "tolerância zero" para crimes ambientais. "Juntamente com o Congresso Nacional, buscamos a regularização fundiária, visando a identificar os autores desses crimes", acrescentou.
O mandatário admitiu dificuldades no combate aos crimes ambientais na região por causa do extenso território da Amazônia e destacou que o governo trabalha para ampliar e aperfeiçoar "o emprego de tecnologias" e operações no local.
O presidente comentou ainda as queimadas no Pantanal, que já atingiram 15% da região, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), destacando razões para os incêndios. "As grandes queimadas são consequências inevitáveis da alta temperatura local, somada ao acúmulo de massa orgânica em decomposição".
<b>Óleo</b>
Bolsonaro citou ainda a mancha de óleo que atingiu a costa brasileira no ano passado e a atribui à Venezuela. "Em 2019, o Brasil foi vítima de um criminoso derramamento de óleo venezuelano, vendido sem controle, acarretando severos danos ao meio ambiente e sérios prejuízos nas atividades de pesca e turismo", disse.
O chefe do Executivo ressaltou que o País respeita a liberdade de navegação estabelecida em convenção da ONU, mas que "as regras de proteção ambiental devem ser respeitadas e os crimes devem ser apurados com agilidade".