Cidades

Posto do Migrante no Aeroporto servirá de exemplo para governo paraguaio

Delegação do país vizinho conheceu os trabalhos de combate ao tráfico de pessoas

Representantes do governo e organizações não governamentais do Paraguai estiveram, na tarde desta terça-feira, no Posto Avançado de Atendimento Humanizado ao Migrante, no Aeroporto Internacional, para conhecer o trabalho de combate ao tráfico de pessoas desenvolvido pela Secretaria de Assistência Social e Cidadania. Somente em 2011, o posto já contabiliza 240 atendimentos. Os representantes visitaram também o Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas) e a Associação Brasileira de Defesa da Mulher, da Infância e da Juventude (Asbrad).

Com as informações em mãos, o governo paraguaio pretender implantar um Posto Avançado ao Migrante, no aeroporto da capital daquele país, Assunção. "Ficamos satisfeitos em estar sendo modelo para diversos países. Hoje (terça) são os paraguaios e já recebemos visitas de argentinos e americanos querendo aprender sobre os serviços oferecidos no posto", disse Ulisses Correia, secretario de assistência social e cidadania de Guarulhos.

O secretário aproveitou a oportunidade para pedir mais apoio dos governos federal e estadual, além da Infraero (empresa que administra os aeroportos), em relação a infra-estrutura e aporte financeiro ao Posto do Migrante. "O Estado não tem nenhuma participação e não nos ajuda com nada. Já o Governo Federal, nos ajuda com parte dos gastos que temos, mas precisamos de mais. A Infraero também poderia nos isentar de pagar aluguel, por exemplo, uma vez que estamos prestando um serviço humano de extrema importância", disse.

Entre as funções do posto estão o auxílio ao migrante no recâmbio à cidade natal, o encaminhamento para casa de acolhimento, o contato com a família e a inserção em programas sociais. O atendimento é feito ininterruptamente 24 horas. O posto tem 11 profissionais, entre assistentes sociais, psicólogos e agentes de educação social, que são capacitados pela Asbrad.

Histórico – De março de 2010 a março de 2011 foram registrados 107 casos de deportação, 39 de inadmissão, 14 retornos voluntários, 22 ocorrências de assédio moral e 29 de maus-tratos praticados pela polícia migratória. Além disso, foram denunciados 21 possíveis casos de tráfico de pessoas, nove de exploração laboral; 10 de exploração sexual, um de remoção de órgão e um de adoção. Nesse grupo havia seis adolescentes. O Núcleo de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas de São Paulo (NETP) recebeu nove encaminhamentos de denúncias do posto. Cinco adolescentes que foram explorados sexualmente foram atendidos por solicitação do NETP.

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