Cidades

Pela segunda vez em um mês, Prefeitura desocupa área invadida no Lavras

Guarda Civil Municipal promeve reintegração de área que foi invadida por milhares de famílias

Tumulto, gritaria e muita provocação marcaram, pela segunda vez em menos de um mês, a reintegração de posse de um terreno de 150 mil metros quadrados no Lavras pela Prefeitura. Centenas de pessoas voltaram a ocupar o local e, logo nas primeiras horas de ontem, cerca de 200 homens da Guarda Civil Municipal foram destacados até o terreno para retirarem as pessoas da ocupação ilegal.

Assim que as primeiras viaturas da GCM chegaram na avenida José Brumate , por volta das 7h, parar fechar os acessos ao local, pedras foram atiradas na direção dos guardas. Barricadas com madeira e entulhos foram feitas pelos ocupantes para dificultar a incursão de máquinas e homens da GCM pelo terreno. Em alguns acessos, grandes valas foram cavadas no chão de terra do local.

Além de pedras, os ocupantes estavam de posse de vários coquetéis molotof, que foram disparados contra a Guarda, o que causou incêndio em diversos barracos que já haviam sidos montados pelos moradores. A GCM revidou com balas de borracha para dispersar a multidão e concentra-los em um dos acessos da área, na rua Anísio de Abreu.

Homens do Corpo de Bombeiros foram chamados para apagar as chamas dos diversos barracos atingidos pelo incêndio. Além disso, as Secretarias de Obras, Assuntos Jurídicos, Serviços Públicos e Meio Ambiente, Defesa Civil, Saae, Proguaru e Fundo Social de Solidariedade acompanharam a ação. Mais de uma dezena de caminhões foram usados para retirar os entulhos do local.

Município não quer perder área onde pretende construir CEU

A Prefeitura informou que a operação foi realizada para, além de combater o surgimento do loteamento clandestino constatado na cidade, também preservar uma parte da área, que será utilizada para a construção de um CEU (Centro de Educação Unificada) na região. Quanto a operação em uma área que ainda é particular, a Prefeitura informou que a situação de abandono fez com que o município pedisse a posse na Justiça.

Segundo a Prefeitura, o poder público tentou anteriormente negociar a saída dos ocupantes, mas não obteve êxito. Eles alegaram que só deixariam a área se tivessem prioridade no atendimento em programas como o Minha Casa, Minha Vida no município – hoje existem 140 mil pessoas no cadastro da Prefeitura. Em meio a isso, também identificou que alguns ocupantes estavam se aproveitando da boa fé das pessoas e chegavam a cobrar até R$ 50 em troca da garantia de um lote na estrada do Lavras.

Os suspeitos foram encaminhados à delegacia da região para a instauração de um inquérito que vai apurar o crime de parcelamento clandestino de solo.

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