Cidades

Árvores centenárias são removidas na Vila Galvão

De acordo com a Secretaria de Meio Ambiente, elas apresentavam perigo à população

Dezenas de árvores com mais de cem anos de existência foram cortadas, na semana passada, no Centro Cultural Nelson Rodrigues, na Vila Galvão, no trecho entre as ruas Nossa Senhora de Lourdes e São Daniel. Moradores da região estão insatisfeitos em relação à remoção das árvores que embelezavam a área.

A estudante, Fernanda Galheriano, 24 anos, cresceu no bairro observando as árvores e comenta que é uma judiação cometer tal tragédia com a natureza. "Antes de eu nascer essas árvores já existiam e agora são removidas sem dó e piedade. Ainda mais pelo fato delas aparentarem bom estado de conservação".

A Secretaria Municipal de Meio Ambiente informa que as árvores sofriam risco de queda, mas outras serão colocadas no local. A Pasta ressalta que existem árvores imunes ao corte, somente quando tombadas por decreto, ou lei, ou quando estiverem ameaçadas de extinção.

Para os moradores da Vila Galvão não existe argumento que possa ser utilizado para amenizar o fato de dezenas de árvores centenárias serem removidas de forma tão cruel. O técnico em plástico, Ricardo Reginaldo da Silva, 35, considera tal atitude um crime contra o meio ambiente. "Poderia ter sido feita uma transferência destas árvores para outras áreas, onde elas não oferecessem risco algum".

As podas e remoções devem ser feitas somente por pessoas habilitadas. A manutenção pode ser realizada por funcionários da Secretaria de Meio Ambiente, concessionários de serviços públicos. Em casos de emergência, os bombeiros e a Defesa Civil também têm autorização.

Segundo a Pasta, existem algumas restrições: não é permitido podar mais de 30% do volume da copa da árvore. É preciso evitar a poda no período de floração e frutificação e quando houver reprodução de pássaros na árvore. Proteção garantida pela Lei de Crimes Ambientais nº 9.605/98. No entanto, não foi exatamente isso que aconteceu Centro Cultural Nelson Rodrigues.

Galhos oferecem perigo à rede de energia elétrica

Para resistir a chuvas e ventos a EDP Bandeirante reitera que a prática de poda de árvores é realizada em parceria com a Prefeitura. A empresa prioriza a manutenção preventiva dos galhos de árvores para a segurança da rede, a fim de reduzir impactos no fornecimento.

As ações incluem inspeções aéreas e terrestres da rede, substituição e instalação de pára-raios, execução de poda de árvores, substituição de cruzetas, entre outros. Quando identifica galhos próximos à rede elétrica, a empresa realiza a poda. Em 2011, a EDP Bandeirante elevou a poda de árvores na área de concessão, dentro da regulamentação permitida, que podiam interferir na rede e, também, para garantir a segurança da população.

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