O Ministério Público do Trabalho comprovou as denúncias feitas pelo Sindicato dos Vigilantes de Guarulhos, publicadas pelo HOJE em agosto do ano passado, referente às condições desfavoráveis que os vigilantes trabalham no Aeroporto Internacional de Guarulhos.
Na época os 329 funcionários dividiam duas salas para fazer as refeições, vestir as fardas e guardar os objetos pessoais. Além disso, em virtude do pequeno espaço, muitos profissionais, principalmente mulheres, precisavam sair já uniformizados de suas residências, porque o local utilizado para fazer a troca de roupas era compartilhado por todos ao mesmo tempo.
A Procuradoria do Trabalho realizou inspeções em novembro que constataram as irregularidades, principalmente nas guaritas que, além de não possuírem energia elétrica e serem feitas de metal (onde a temperatura se eleva muito nos dias quentes e caem consideravelmente no inverno), não possuem condições de higiene para os seguranças. "Prometeram um banheiro químico que não foi instalado. Hoje os vigilantes precisam defecar dentro de um saco plástico e jogar fora", afirma Miguel Abbud, consultor de segurança do sindicato.
O MP verificou, ainda, que a rendição dos trabalhadores para que desfrutem do intervalo de almoço é efetivada mediante um sistema de rodízio. Contudo, o sistema implica em desrespeito ao máximo de tempo trabalhado antes da concessão do intervalo para refeição. Foi constatado que um dos vigilantes assume o posto às 6h e somente almoça às 16h.
Os seguranças são funcionários da empresa Treze Listas que, na época das denúncias, afirmou ao HOJE que as condições de temperatura e higiene foram comunicadas a Infraero várias vezes e que depende da estatal para que as alterações sejam feitas. Já a Infraero informou que a responsabilidade de proporcionar condições adequadas de trabalho pertence às empresas contratadas, uma vez em que o serviço é terceirizado.