De acordo com demonstrativo das projeções atuarias do regime de previdência própria feito pela Secretaria de Finanças, o déficit nas contas do Ipref (Instituto de Previdência dos Funcionários Públicos Municipais de Guarulhos) em valores expressos deve chegar a R$ 60 milhões em 2012, ou seja, esta será a quantia que a Prefeitura precisaria injetar para balancear as contas do instituto.
Segundo o Departamento de Despesa, o total da receita deve ser da ordem de R$ 22,6 milhões. O valor é quatro vezes menor que o total de despesas do órgão prevista para este ano, que deve ser de R$ 82 milhões. A situação é tão desesperadora que a estimativa é de que haja um aumento de receita nos próximos 12 anos de apenas 100 mil. No entanto, o saldo negativo deve chegar, no mesmo período, a R$ 92 milhões, ou seja, aumento de 55,7% do total atual.
Em 2025 a receita do órgão deve entrar em colapso. Isso porque a projeção é de que haja regressão no valor arrecadado. A partir dessa data em diante, a tendência é de queda ano a ano. O pior momento deve acontecer 2027, quando o déficit deve chegar próximo de R$ 100 milhões.
A Prefeitura tem concedido um aporte de quase 120% nos planos de saúde dos servidores segurados pelo instituto, segundo inquérito instaurado no Ministério Público. No entanto, de acordo com lei, repasse seria de apenas 5%. No final do ano passado, durante inauguração do novo prédio do Ipref, o prefeito Sebastião Almeida disse que estuda reformulações para a autarquia junto a representantes do órgão.
"O Ipref precisa de mudança. Todo sistema de previdência só sobrevive quando há um número grande de contribuintes equilibrando a parcela de aposentados e não é o que acontece", afirmou o prefeito. Ele ressaltou que projetos já foram apresentados pela autarquia, mas que ambos estudam a melhor solução. Para o vereador Ricardo Rui, é necessário é que a é que o Executivo enxugue o Ipref. "Não defendo o fim da instituição, mas sim que ele se encaixe na situação real que é um órgão pequeno. Esse déficit não terá fim enquanto o instituto não for reformulado. Para manter o instituto só se tiver mais funcionários estatutários".
Colaborou: Rosana Ibanez