Cidades

IPTU – Das redes sociais às ruas, população se levanta contra Almeida

O sábado amanheceu chuvoso. Pouco antes das 10h, horário marcado para mais uma manifestação contra o abusivo aumento de IPTU em Guarulhos, caía bastante água sobre o Bosque Maia, local do evento divulgado pelo Facebook.

Na frente da entrada principal do Bosque, algumas poucas pessoas, embaixo de guarda-chuvas, esperavam com seus carnês de imposto nas mãos, a adesão do grande número de manifestantes esperados. O protesto era contra os abusivos reajustes do IPTU, proporcionados pelo projeto de lei do prefeito Sebastião Almeida (PT), aprovado pela Câmara Municipal, em dezembro.

Mas o que se destacava era o contingente de Guardas Civis Municipais que se aglomeravam sob a grande tenda do parque. Do lado de fora, viaturas, guinchos e motos da corporação.

Às 10h, a chuva providencialmente parou. Aos poucos, as pessoas foram chegando. Alguns portando cartazes, outros apitos, muitos com os carnês. Vereadores de Oposição e lideranças de partidos de esquerda e de movimentos sociais conversavam sobre as formas de conduzir o movimento, já que – chamado pelas redes sociais – carecia de uma liderança. Em comum, decidiram que ninguém se pronunciaria em nome dos partidos, já que a manifestação era popular.

Mesmo assim, Geraldo Celestino (PSDB) trouxe um caminhão de som. Militantes do PSOL e PSTU exibiam suas bandeiras, mas que desapareciam em meio aos cartazes e às pessoas que já eram um bom número na grande Tenda do Bosque. Já por volta das 10h30, com a chegada do caminhão de som, o movimento tomou as ruas, ou melhor, a avenida Paulo Faccini.

Em ordem, de forma pacífica, sempre assistidos pelos GCMs e alguns poucos policiais militares, a manifestação tomou duas faixas da avenida no sentido Tiradentes. Sob os gritos de "Almeida ladrão" e "ahah, uhun, diga não ao IPTU", a passeata seguiu de forma bastante tranquila. O trânsito na região ficou prejudicado. O vereador Guti (PV), não acatou o acordo entre as lideranças dos partidos presentes, e seguiu no fim da passeata com um carro de som próprio gritando palavras de ordem, como se fosse a grande estrela do movimento.

Na verdade, Guti – ainda em dezembro, quando o projeto do prefeito Almeida que previa o reajuste do IPTU tramitava na Câmara – tentou encabeçar um movimento contra o aumento do imposto. Confeccionou faixas, cartazes e adesivos com "votou no PT, tomou no IPTU". Por esse motivo, acabou sendo multado pela Prefeitura por distribuir panfletos em via pública em mais de R$ 5 mil. Guti foi um dos poucos vereadores de Oposição, junto com parlamentares do PSDB e PPS que se posicionaram contrários ao PL do Almeida.

Ao longo de toda a passeata, entre uma palavra de ordem e outra, a certeza de que o movimento contra o aumento do IPTU só está aumentando. Foi a terceira manifestação em menos de uma semana. A primeira e a segunda foram realizadas em frente ao Fácil Bom Clima. Há pelo menos mais duas marcadas para ocorrerem ao longe das próximas duas semanas na região central e no bairro dos Pimentas, onde os reajustes foram maiores. Entre os organizadores e vereadores de Oposição, a ordem é: "não vamos parar enquanto a Prefeitura não revogar esses aumento absurdo".

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