Se nenhuma nova decisão judicial ocorrer até a próxima terça-feira, 5 de novembro, os associados em dia com a ACE (Associação Comercial e Empresarial) de Guarulhos irão às urnas para escolher entre um novo presidente para a entidade, o candidato da Oposição, o empresário Eduardo Caldas, ou pela reeleição do atual mandatário, o comerciante Jorge Taiar. A disputa entre os dois renderia uma novela, tantas foram as idas e vindas do processo eleitoral, marcado inicialmente para abril, com intervenções judiciais, inquéritos policiais e até a nomeação de um interventor que marcou esse novo pleito.
A indefinição sobre os rumos da principal entidade empresarial de Guarulhos, ligada a área de comércio e serviços, esconde um jogo de interesses, que envolve atuais e ex-diretores, com divergências pessoais e políticas. O atual candidato de Oposição integrava o grupo que está no comando da entidade há várias gestões, incluindo os dois mandatos do ex-presidente Wilson Lourenço (atual conselheiro da Facesp – Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo) e o primeiro do atual presidente Jorge Taiar.
Apesar de ter deixado a associação, o ex-presidente da ACE, Décio Pompeo, que antecedeu Lourenço, é tido hoje como um dos homens fortes de Caldas nesta disputa que pode não terminar em 5 de novembro, data das eleições, caso outra decisão judicial venha à tona. Em abril, a comissão eleitoral – indicada pela atual diretoria – impugnou a chapa de Oposição, que não conseguiu o número mínimo de fichas de apoio, conforme determina o regimento da entidade. Para concorrer às eleições, qualquer grupo interessado precisa apresentar o mínimo de 200 assinaturas de apoios.
Na ocasião, a chapa Renovace, de Caldas, teve assinaturas invalidadas, após o grupo de Taiar revelar à comissão eleitoral que fichas de apoio, da empresa Yamaha, tinham sido fraudadas. A eleição teve chapa única, Taiar venceu e assumiu seu segundo mandato. A oposição foi à Justiça e obteve uma liminar em agosto, determinando a indicação de um interventor para administrar a ACE e chamar novas eleições, já que as realizadas em abril não tiveram validade legal. A decisão foi confirmada pelo Tribunal de Justiça.
O caso sobre as falsificações foi parar na polícia, já que dois inquéritos foram abertos em diferentes delegacias da cidade. No 1º DP, o próprio Eduardo Caldas pediu investigação sobre o caso já que alega que as fichas com assinaturas falsas teriam sido plantadas em sua candidatura com o objetivo de tira-lo da disputa. No 3º DP, diretores da Yamaha fizeram a denúncia de que assinaturas com seus nomes tinham sido falsificadas. Nos dois inquéritos, as pessoas envolvidas ou apontadas como testemunhas, até o momento, não apresentaram provas do envolvimento de Caldas no caso.
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