Cidades

Contador nascido e criado no Pimentas fez especialização em Harvard

Nascido e criado no bairro dos Pimentas, Adriano Giglioni, hoje com 37 anos, teve uma infância difícil. Aluno de escola pública, sempre acreditou que o estudo seria o único caminho para realizar o que sonhava. E não se enganou.
 
Hoje, formado em Contabilidade, Giglioni não se contenta em apenas atuar em seu ofício no escritório de sua propriedade. Mais do que isso, além de ser professor universitário, promove todo ano o “Contabilizando Guarulhos”, evento que procura passar para estudantes o perfil do profissional que o mercado precisa. “Queremos ajudar a formar contabilistas de sucesso”.
 
No ano passado, Adriano foi para Harvard, nos Estados Unidos, participar de uma especialização em “Inteligência aplicada ao desenvolvimento profissional”, fundamental para ele se aperfeiçoar na carreira acadêmica. Há dois anos, ele é professor do curso de Contabilidade da Faculdade de Ciências de Guarulhos (Facig), e já negocia para ingressar em outra grande instituição de ensino. Apesar de já ter recebido convites para trabalhar em universidades de outras cidades, Giglioni garante que seu amor por Guarulhos fala mais alto. “Jamais trocaria minha cidade, sou cidadão nascido e criado aqui. Não há nenhum outro município que me encha os olhos”, explica.
 
Contabilizando Guarulhos quer reunir dois mil estudantes
O evento “Contabilizando Guarulhos”, realizado todo ano, em 2013, reuniu mais de 400 alunos de Contabilidade. Neste ano, o evento deve acontecer em outubro e espera receber dois mil estudantes, que participarão de palestras sobre as possibilidades oferecidas pela profissão contábil atualmente. 
 
Para realizar o evento, Giglioni carrega na bagagem 15 anos de experiência na gestão de um escritório de contabilidade próprio, além de ser palestrante contratado do Senac e participar de eventos promovidos por entidades de outros estados como Amapá e Mato Grosso. Também se orgulha de ser um dos 72 integrantes do Conselho Regional de Contabilidade de São Paulo, responsável pela orientação de 150 mil profissionais em todo o Estado.
 
Em 2010, ajudou a escrever o livro “Normas e práticas contábeis”, em parceria com outros profissionais da área, com o objetivo de apresentar, em cada capítulo, um assunto abordado por um especialista que entendesse muito bem sobre o tema e o detalhasse de forma simplificada. Lançado em 2011, o livro conquistou em novembro do ano seguinte o Troféu Cultura Econômica. Para ficar mais acessível para os estudantes de Contabilidade, independente de sua renda, Adriano diz que abriu mão dos direitos autorais do livro. 
 
Agenda de palestrante cheia
Quando foi convidado para proferir a palestra magna na 19ª Convenção de Contabilidade do Estado de São Paulo, em 2005, Adriano Giglioni não poderia imaginar que sua vida mudaria a partir daquele momento, em que mais de 1.200 pessoas assistiram sua apresentação no auditório Elis Regina no Anhembi em São Paulo. “Foi um divisor de águas. A partir daquele momento, o mercado acadêmico se abriu para mim e eu tive grandes oportunidades”, relembra. 
 
O guarulhense diz já ter perdido as contas de quantas palestras teve a oportunidade de apresentar, mas acredita já ter mais horas como palestrante do que como professor. A agenda está cheia até dezembro.
 
 “Venho me aperfeiçoando com cursos treinamentos e não só como ministrador, mas também como participante para poder me atualizar sempre sobre as novas leis contábeis que, no Brasil, são muito dinâmicas”, conta Adriano, que se considera um viciado em estudos. “A contabilidade hoje faz com que você se mantenha conectado e em constante atualização. Não dá mais pra você ir descansar seis meses e depois voltar para as atividades”.
 
Um sonho
Para o futuro, o contador espera ter sua própria entidade de ensino. Por ser empresário, professor e ter contato com a prática do mercado contábil, ele entende que pode mostrar para o jovem o que o mercado precisa e como pode se adaptar a ele.  “Existe uma diferença muito grande entre o que os alunos estão estudando e o que o empresário espera deles”. 
 
Se conseguir realizar o sonho de ter sua própria instituição de ensino, Adriano pretende ajudar os jovens de baixa renda que acreditam na força da educação. “Se eu fui um jovem que saiu de uma situação difícil porque eu acreditei nos estudos e numa promessa divina que eu tinha sobre mim, porque não colaborar também com esses jovens de hoje?”.
 

Posso ajudar?