O secretário municipal de Educação de São Paulo, Bruno Caetano, comemorou a reabertura das escolas em outubro para atividades como esportes, música e línguas e para acolher as crianças depois de seis meses sem aulas presenciais. "É um passo muito importante começarmos a abrir, ainda mais com um indicador de data já, de 3 de novembro", disse em entrevista ao <b>Estadão</b>.
Caetano nega que tenha havido divergências na Prefeitura sobre abrir ou não este ano: "Para fechar seguimos a Saúde e para abrir, também." Ele ainda disse que na semana que vem sairão as regras sobre o que pode ser considerado atividade extracurricular. E a Prefeitura pretende permitir somente 20% dos alunos nesta primeira etapa de abertura das escolas públicas e particulares e não 35%, como previa o protocolo do Estado.
<b>Vamos ter uma abertura, mas ainda não são aulas. Por que foi feita essa opção?</b>
É um passo importante começarmos a abrir, com abertura das universidades e com as atividades extracurriculares. E principalmente com indicação forte de uma data para aulas, de 3 novembro. O fato de marcar uma data é importante, dentro da lógica daquilo que está sendo desenhado pelo governo do Estado e pela Prefeitura. O município entrou agora na fase anterior à de aula, que é como ocorre em outras cidades. Isso é muito positivo para a educação. E foi uma solução que não leva a conflito porque é optativa, não vamos obrigar o professor a ir para a escola agora em outubro na rede municipal.
<b>Muitos professores se declaram contra a volta. Pode acontecer alguma greve?</b>
Não, porque é facultativo. Só se for posicionamento político: tudo que a Prefeitura se comprometeu está cumprindo, estamos submetidos à Saúde. Nem todos os professores vão aderir à volta, mas tem muitos que já estão fazendo esforços, como indo visitar aluno em casa, marcando aula em praça. Agora tem o conforto de usar a escola, de maneira cuidadosa, sem aglomeração. Acho que a adesão vai ser progressiva, vai começar tímida e vai crescendo.
<b>O que é uma atividade extracurricular na educação infantil (entre 0 e 5 anos)?</b>
Vamos identificar as atividades possíveis, o hall de atividades, para educação infantil pública e privada. Isso vai constar da regulamentação que sai semana que vem. Na nossa rede, vai envolver a família, a família vai para a escola com a criança no primeiro momento para discutir protocolos de saúde, estimulação da criança em casa, participar de uma conversa com o professor.
E como fiscalizar? Já há escolas abrindo mesmo agora.
Já estamos fiscalizando e multando quem abriu antes da hora. Vamos continuar. E o Estado fiscaliza as escolas de ensino fundamental e médio. Não é qualquer coisa que vai ser chamada de extracurricular. São atividades já permitidas na cidade para outros estabelecimentos, como esportes, música, línguas, que já eram oferecidas pelas escolas como extracurricular. Mas vamos regulamentar tudo.
<b>Mas uma professora polivalente ou uma professora de História vai poder ir à escola em outubro para fazer algo com seu aluno?</b>
Sim, pode, desde que organizado com a escola para não ter aglomeração, para uma atividade de acolhimento, por exemplo.
<b>Vão manter a abertura em outubro com 35% dos alunos, como previu o Estado?</b>
Vamos diminuir para 20% nesse momento de atividades extracurriculares aqui na cidade, para escolas públicas e privadas. Mas nas universidades, deve ser 35%. Na rede municipal, consideramos que é uma quantidade menor de alunos para os ciclos, mais segura, em que as crianças progridem mais rápido e a cada 14 dias colocamos mais 20% na escola. (As escolas particulares precisam seguir essa porcentagem, mas já anunciaram uma divisão diferente. Todos os alunos vão todas as semanas, mas apenas uma vez).
<b>O que pode acontecer para não começarem as aulas dia 3 de novembro?</b>
A cidade está nas últimas semanas com expressiva redução de mortes, infecção e transmissão. Se essa curva permanecer, estamos otimistas quanto a haver aula em novembro. É um esforço social, de continuar usando máscara, manter distanciamento, uma responsabilidade da sociedade também. Em outubro, com antecedência de uns 20 dias, já saberemos.
As informações são do jornal <b>O Estado de S. Paulo.</b>