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Estado informa que crise hídrica tirou dinheiro para obras no Baquirivu

Uma audiência pública foi realizada na tarde desta quarta-feira (27), no CEU Presidente Dutra, para discutir a necessidade de o Governo do Estado manter os investimentos previstos na Lei 14790/12, que autorizou a contratação de empréstimo no valor de US$ 240 milhões para obras de macrodrenagem no leito do rio Baquirivu. O contrato para a elaboração do projeto foi assinado em 2014, mas o governador Geraldo Alckmin voltou atrás e enviou novo projeto à Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp), solicitando o remanejamento destes recursos para obras na região de Capinas.
 
“Queremos que o Estado cumpra o que prometeu e inicie o mais rápido possível as obras no rio Baquirivu. Não podemos mais conviver com as enchentes naquela região, pois elas trazem muito prejuízo à população”, destacou o prefeito Sebastião Almeida, lembrando que mais de 200 mil pessoas foram afetadas pelas chuvas na região em março deste ano.
 
Segundo Almeida, o maior problema do rio deve-se ao fato de o Estado ter iniciado a canalização em Arujá e depois suspendido a continuidade da obra. “Quando chove forte, a água desce de Arujá com velocidade e depois causa enchentes em nossa cidade, onde o rio ainda aguarda a canalização”, completou.
 
A audiência pública foi solicitada pela Comissão de Infraestrutura da Alesp, que é presidida pelo deputado estadual Alencar Santana. O parlamentar explicou que o projeto original aprovado em 2012 previa a construção de cinco reservatórios de contenção (piscinões) no Baquirivu, além de um parque linear, toda a canalização do leito do rio e ainda a construção de pistas que ligariam Guarulhos a Arujá. “Nós não podemos deixar que o dinheiro saia de nossa cidade e vá para Campinas. Isso é um descaso do governo do Estado”, disse Alencar.
 
O superintendente do Departamento de Águas e Energia Elétrica, Ricardo Borsari, destacou que o novo projeto enviado à Alesp foi necessário devido à crise hídrica no Estado de São Paulo – e que mantém um dos cinco piscinões que haviam sido prometidos à cidade. Ele também disse que a crise econômica, e a consequente queda na arrecadação, tiveram impacto na decisão, uma vez que a obra dependia de contrapartida no valor de R$ 240 milhões do Estado para sair do papel. “O projeto será mantido, mas agora precisamos encontrar uma fórmula nova para que ele saia do papel”, destacou.
 
O deputado estadual Gileno Gomes, que também é membro da Comissão de Infraestrutura da Alesp, considerou a realização da audiência em Guarulhos muito importante. “Temos que ouvir quem vive na região, pois são essas pessoas que foram atingidas pelas enchentes no Baquirivu. Vamos cobrar o superintendente do Daae, mas principalmente o Estado, porque essa obra no rio já era para ter começado”, afirmou o deputado.
 
A audiência foi acompanhada também pelo prefeito de Arujá, Abel Larini, e pelos vereadores Edmilson Souza, Toninho da Farmácia, Vítor da Farmácia, Claudílson Pezão, Dona Maria, Genilda Bernardes e Eduardo Barreto, além do presidente da Agende (Agência de Desenvolvimento Guaurlhos) Aarão Ruben e da presidente da Associação dos Empresários de Cumbica (Asec), Loredana Piovensa Glasser. No total, 43 pessoas da comunidade fizeram intervenções e perguntas ao superintendente do Daae.
 
Segundo o deputado Alencar, existe a possibilidade da realização de uma nova audiência, desta vez na Alesp, para tentar pressionar a base do governo Alckmin a votar contra o projeto de remanejamento dos recursos para a região de Campinas. “É importante a mobilização de todos para impedirmos que esse projeto seja aprovado”, disse.
 
O superintende do Daee prometeu levar todas as reivindicações ao governador Alckmin, sobretudo no que diz respeito a uma obra emergencial para o desassoreamento do rio. “Daqui a duas semanas, espero ter uma resposta para esse problema”, concluiu Borsari.
 

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