Cidades

Moradores de áreas de risco em Guarulhos revivem drama com as enchentes

As enchentes que atingiram pelo menos sete bairros de Guarulhos na noite desta sexta-feira, após um forte temporal que caiu na região do Pimentas, expuseram velhas feridas do município. A maioria das casas invadidas pela água fica à beira de córregos, tomados por esgoto e sujeira, em áreas localizadas em invasões já consolidadas há mais de dez anos. O GuarulhosWeb visitou alguns locais neste sábado, quando registrou o desespero de famílias que perderam tudo de novo, já que o cenário de alagamentos não é novo. Mesmo assim, permanecem em áreas de risco.  
 
Em dois locais visitados, o GuarulhosWeb encontrou o prefeito Guti que, acompanhado do secretário de Obras, Marco Antonio Guimarães, e pelo chefe de Gabinete, Jurandir Ferreira, acompanhou o trabalho de frentes da administração municipal que ajudaram no trabalho de limpeza e desobstrução dos córregos. “Não estou aqui para vender sonhos para ninguém. Estou aqui para acompanhar o trabalho de limpeza e ter certeza de que toda a assistência está sendo prestada para as famílias atingidas. Vamos estudar formas de evitar que situações como estas não se repitam”, declarou Guti, durante passagem pela Jardim Ansalca.  
 
No córrego Moinho Velho, no Ansalca, um carro que estaria estacionado ao lado, foi levado pela enxurrada para dentro do curso d´água. Na manhã deste sábado, equipes da Proguaru retiraram o veículo do local com a ajuda de um guincho. O motorista não estava no local. Houve problemas parecidos, com casas completamente tomadas pela água também no Parque Alvorada, Jardim Nova Cidade, Parque São Miguel, Vila Nova Bonsucesso, no Aracília e no Sítio São Francisco.  
 
Durante todo o sábado, famílias inteiras tentavam salvar alguns pertences e limpar suas residências para tentar voltar. Um dos moradores, que não quis se identificar, contou que já perdeu as contas de quantas vezes a água levou tudo o que tinha. “Mas não temos para onde ir. A gente sabe que é uma área de risco, mas não podemos fazer nada. O negócio é juntar as coisas e começar de novo”.  
 
Alguns moradores aproveitaram a presença de Guti, que foi em pelo menos quatro bairros atingidos, para cobrar ações da Prefeitura. O prefeito explicou que a administração procura manter os córregos limpos, mas em muitos locais, até pelas ocupações, não tem acesso ao leito para realizar a limpeza. Ele lembrou também que as comunidades foram erguidas em áreas de risco e são alvos de ações judiciais para desocupação. “Fizemos diversos acordos com o Ministério Público para encontrar soluções no sentido de transferir essas famílias para outros locais, mas não é possível resolver isso imediatamente. Precisamos angariar recursos para promover a construção de moradias dignas para a população”, disse. 
 
 
 
 

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