Cidades

Estabelecimentos de Guarulhos ganham aliados na reciclagem de vidros

Elas protegem os ingredientes das receitas que dão vida aos menus variados da gastronomia paulista, mas é no lixo dos restaurantes que as embalagens de vidro pós-consumo viram material nobre e ganham a chance de retornarem ao mercado. Hoje, o cumprimento da Política Nacional de Resíduos Sólidos deixa de ser um problema e torna-se uma oportunidade para que estabelecimentos de alimentação em São Paulo, Alphaville e Guarulhos colaborarem com a preservação do meio ambiente.                                                                    
 
A parceria entre a Anjo de Prata, empresa especialista em logística reversa pós-consumo, e a Owens Illinois (O-I), líder global na fabricação de embalagens de vidro, tem facilitado esse processo com um equipamento inédito e exclusivo que transforma potes e garrafas de vidro em cacos, que são encaminhados para reciclagem por parte da fabricante.
 
Juntas, as empresas esperam captar ao menos 2.500 toneladas de vidro/ano até abril de 2020. “Nossa iniciativa busca garantir a destinação final responsável do vidro para a indústria, para o consumidor e para os estabelecimentos. É uma solução pensada para tornar possível o que foi escrito na Política Nacional de Resíduos Sólidos. Estamos felizes em poder colaborar e fazer parte dessa experiência”, diz Lúcia Moreira, coordenadora de sustentabilidade da O-I.
 
A história da Anjo começou em 2011, quando Luiz Fernando Ussuhi identificou o potencial de mercado para a reciclagem do vidro obtido de grandes geradores. “Atuei na indústria de máquinas por anos. Quando saí, comecei um trabalho de coleta de resíduos recicláveis e percebi que uma das dificuldades dos estabelecimentos é justamente o descarte. Há muita perda de materiais por ineficiência no processo de coleta seletiva. O vidro era o resíduo com maior potencial de melhoria na eficiência do descarte, então me dediquei a construir uma máquina capaz de resolver isso”, conta.
 
O trabalho de negociações entre as duas empresas durou alguns anos, tempo necessário para que a Anjo de Prata desenvolvesse a máquina de triturar vidro com acoplamento para a lixeira, permitindo um modelo de negócio que garante a rastreabilidade das embalagens até o destino final. “Além do ganho de área útil, não utilizamos sacos de lixo no equipamento. Isso resulta na redução de custos e no aumento de espaço disponível para o estabelecimento. Todo o processo é enclausurado, melhorando o controle de odores e pragas devido a exposição do chorume”, explica Rafael Lima, gerente Comercial da Anjo de Prata.
 
Cada lixeira comporta até 190 quilos de vidro, o que equivale a aproximadamente 700 garrafas long necks. De janeiro a abril, a empresa captou uma média de 17 toneladas por mês nos 20 estabelecimentos em que está presente, tais como: Tuju, Ráscal, Cortés, ICI Brasserie, Braz Elettrica, Laje Piraja, Figueira Rubaiyat, Coco Bambu, Barbacoa, Pobre Juan, Eataly e Carlos Pizza. Como as lixeiras dispensam saco plástico, a máquina evita que centenas deles parem em aterros.
 
 

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