Renata Gil, presidente da Associação dos Magistrados Brasileiros, concedeu entrevista ao <b>Estadão</b>. Confira os principais trechos abaixo.
<b>O que temem os juízes?</b>
A Constituição coloca a liberdade de expressão como um dos direitos fundamentais do cidadão e cláusula pétrea. A crítica às instituições republicanas é normal e contribui para o aprimoramento do Estado. Mas temos visto, com muita preocupação, manifestações de ódio e a defesa do fechamento de instituições, como o STF e o Congresso, que são pilares para a existência da democracia. A liberdade de expressão não abriga esse tipo de manifestação inconstitucional. Superar a crise depende de fortalecer o sistema de Justiça. O STF é o guardião e garantidor das liberdades e direitos emanados da Constituição.
<b>A sra. vê risco, de fato, à democracia? Por quê?</b>
Grupos contrários à democracia são minoritários e tentam se aproveitar da fragilidade imposta pela pandemia para impor uma pauta antidemocrática. A democracia está consolidada em nosso País e a maioria da população confia nas instituições. Pedir por democracia significa reivindicar a atuação republicana dos Poderes que a constituem.
<b>Autores de hostilidades ao Supremo devem ser presos?</b>
A avaliação de acusações criminais deve ser feita caso a caso, de acordo com o rito legal e do Judiciário, sendo franqueado acesso à ampla defesa e ao contraditório. A democracia possui mecanismos de defesa para impedir que interesses ocultos a destruam. A Constituição tem o remédio para todas as contestações.
<b>Qual é a mensagem do manifesto da AMB?</b>
A população pode confiar nos integrantes do sistema de Justiça, que não se calam diante de ataques e ameaças à democracia e ao Judiciário. Estamos unidos para preservar os princípios fundamentais da República com o objetivo de um País cada vez mais justo, solidário, plural, cidadão, responsável e equilibrado.
As informações são do jornal <b>O Estado de S. Paulo.</b>