Os mercados acionários europeus encerraram o pregão desta quarta-feira, 23, em forte baixa, à medida que os investidores monitoraram o noticiário geopolítico e comercial e mantiveram no radar a divulgação da ata da reunião de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) realizada no início do mês.
O índice pan-europeu Stoxx-600 fechou em queda de 1,09% (-4,33 pontos), aos 392,61 pontos.
Após reuniões entre autoridades norte-americanas e chinesas em Pequim e em Washington, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, se mostrou insatisfeito com a última rodada de negociações contrastando com comentários recentes do secretário do Tesouro do país, Steven Mnuchin, que anunciou uma “trégua” nas divergências comerciais.
Embora tenha dito que vê as relações entre os dois países como um “começo” quanto a lidar com o desequilíbrio na balança comercial, Trump disse que não ficou satisfeito com o progresso feito.
Além disso, as negociações entre EUA e União Europeia em relação às tarifas sobre as exportações europeias de aço e alumínio para os americanos continuam no radar.
Na tarde de terça-feira, fontes da Dow Jones Newswires informaram que Trump busca um corte de 10% nas exportações de aço e alumínio da UE para os EUA. Os americanos ofereceram ao bloco duas opções de cotas para isenção nas tarifas, enquanto as negociações caminham, tendo como prazo limite 1º de junho.
Dado o cenário pouco otimista com o comércio global, os investidores também atuaram à espera da ata da reunião de política monetária do Fed realizada no início deste mês, com a expectativa de que o documento traga pistas sobre o ritmo de aperto monetário a ser empregado nos EUA.
No entanto, o impacto de uma aceleração nas altas de juros pelo Fed pode ser limitado na zona do euro e no Reino Unido, à medida que o Banco Central Europeu (BCE) e o Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) dão continuidade ao tom gradualista de aperto monetário.
Em Londres, o índice FTSE-100 fechou em queda de 1,13%, aos 7.788,44 pontos, não sendo ajudado nem mesmo pela desaceleração no índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês), que passou de 2,5% na comparação anual de março para 2,4% em abril. Entre os bancos, o Lloyds perdeu 0,58% e Barclays cedeu 1,09%, tendo em vista um cenário pouco positivo para juros mais altos em solo britânico.
O índice FTSE-MIB, da Bolsa de Milão, por sua vez, encerrou o dia em baixa de 1,31%, aos 22.911,71 pontos, à medida que investidores continuaram atentos ao futuro político da Itália. Por lá, o Intesa Sanpaolo caiu 1,75% e o UniCredit recuou 2,23%.
No mercado de bônus, o juro do BTP italiano de 2 anos subiu de 0,189% na terça para 0,280% nesta quarta, enquanto o yield do BTP italiano de 10 anos avançou de 2,327% para 2,411%, dando prosseguimento à onda vendedora de títulos, à medida que o presidente do país, Sergio Mattarella, convocou Giuseppe Conte, candidato a primeiro-ministro, para uma reunião.
Em Paris, o índice CAC-40 fechou com recuo de 1,32%, aos 5.565,85 pontos. A petroleira Total contribuiu com parte das perdas, ao cair 3,10%, acompanhando o recuo dos preços do petróleo. Já na Bolsa de Frankfurt, o DAX baixou 1,47%, aos 12.976,84 pontos.
Na Bolsa de Madri, o índice Ibex-35 fechou em queda de 1,12%, aos 10.025,00 pontos, enquanto o PSI-20, de Lisboa, cedeu 1,51%, aos 5.700,05 pontos.