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A privataria tucana

O livro A Privataria Tucana, do jornalista Amaury Ribeiro Junior, está se transformando num dos maiores fenômenos da indústria editorial brasileira. As primeiras 15 mil cópias desapareceram das prateleiras em menos de 24 horas e as 30 mil unidades da segunda edição se esgotaram em quatro dias.


O sucesso é também um prêmio ao esforço do repórter, que levou mais de 10 anos investigando as “maracutais” ocorridas nas privatizações durante o governo de Fernando Henrique Cardoso. O livro de 346 páginas, 100 delas só de documentos, revela e desmascara a sujeira dos esquemas de corrupção e lavagem de dinheiro da era FHC e de seu fiel escudeiro, o então ministro José Serra.


Página por página Serra, sua filha, seu cunhado, o tesoureiro de suas campanhas Ricardo Sergio, o banqueiro Daniel Dantas e sua irmã, entre outros, vão sendo descobertos pilotando esquemas de off-shore em ilhas do Caribe, com objetivos de lavagem de dinheiro e manutenção de contas bancárias.


 Com 15 anos de atraso, a sociedade brasileira descobre que o país não foi apenas lesado do ponto de vista de seus patrimônios públicos, privatizados muitas vezes a preços de banana na era FHC, mas também saqueado descaradamente por uma  quadrilha.


 É muito engraçado ver FHC e Serra assinarem manifestos tentando desqualificar o autor. Os documentos provam tudo. O PSDB e seus líderes sempre tão ávidos em querer destruir a honra dos outros com denúncias muitas vezes mal fundamentadas, deverão nos próximos dias lavar muita roupa suja. Talvez falte sabão para os tucanos. 


É preciso que fique registrado que esse sucesso de vendas do Privataria Tucana foi fruto e obra das redes sociais e da blogoesfera, que passaram a comentar e debater o conteúdo da obra às vésperas de seu lançamento.


 O que causa muita estranheza é o silêncio da grande mídia, que prontamente divulgou os manifestos de FHC e Serra, mas tem ignorado o livro. Como qualquer denúncia contra o atual governo federal ganha edições e coberturas por dias seguidos, silenciar e ignorar os fatos contra FHC, Serra e o PSDB apenas explicita uma partidarização desta mídia.


 A grande mídia ainda tem muito poder sobre a formação da opinião pública, não restam dúvidas. Mas esse episódio mostra que, mantendo esse comportamento, perderá cada vez mais para as redes sociais, que democratizam os debates e divulgação dos fatos.


A todos Boas Festas. Que 2012 seja repleto de saúde e paz.


 


José Luiz Guimarães


Vereador (PT) e líder do Governo na Câmara. Escreve às quintas-feiras nesta coluna.

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