Economia

Acciona expande operação no País mirando mercado sul-americano de energia eólica

A Acciona Windpower (AWP), empresa do grupo espanhol Acciona focada em design, fabricação e venda de aerogeradores – para captação de energia eólica -, inaugurou, na manhã desta quarta-feira, 13, sua linha de montagem dos equipamentos no Brasil. A planta está instalada em Simões Filho (BA), na região metropolitana de Salvador.

A unidade, na qual desde 2012 eram montados apenas cubos eólicos (parte dos aerogeradores), passa a fornecer aerogeradores completos, com a reforma no local. O investimento da AWP foi de R$ 120 milhões – R$ 23 milhões na reforma – e a unidade absorve 150 trabalhadores. Na atual configuração, a capacidade da fábrica é de 100 aerogeradores por ano, mas a unidade comporta a produção de até 200 equipamentos anualmente, caso haja demanda.

Segundo o presidente mundial do grupo, José Manuel Entrecanales, o investimento realizado representa o início da atuação da empresa no mercado nacional. “Esta é apenas a nossa segunda fábrica de aerogeradores fora da Espanha (a outra fica nos Estados Unidos) e nossa aposta neste mercado é irreversível”, afirmou. “Temos como objetivos fornecer equipamentos para atender o mercado brasileiro, mas também alcançar outros países da América do Sul.”

Entrecanales diz que o grupo está empenhado em buscar fornecedores de componentes dos aerogeradores para se instalar nas proximidades da planta da AWP na Bahia. “Queremos ter todas as etapas de fabricação na região”, contou. “É uma questão de eficiência econômica.”

A unidade baiana da AWP monta apenas aerogeradores de 3MW, os mais potentes disponíveis – de acordo com dados do grupo, 40% de todos os equipamentos do tipo produzidos pela empresa têm como destino o Brasil. “Temos demanda já contratada até 2017 e a planta está preparada para expansões em ritmo acelerado”, comemora o diretor da AWP no Brasil, Christiano Forman. Curiosamente, nenhum dos contratos da empresa ainda tem como cliente parques eólicos na Bahia, o Estado líder em projetos do gênero no País. “Queremos mudar esse panorama rapidamente”, diz Forman.

Presente na inauguração da unidade, o governador baiano, Rui Costa (PT), comemorou a chegada de mais um player do mercado de energia eólica ao Estado – a Bahia é o único no País onde há atuação de empresas de todo o ciclo de produção desse tipo de energia -, mas cobrou mais agilidade na construção de linhas de distribuição de energia no Estado.

“A Bahia já é a líder nacional na captação de projetos de geração de energia eólica, mas a produção poderia ser acelerada com a construção mais ágil de linhas de transmissão”, disse Costa. Segundo o governo, a expectativa é que, ainda este ano, o Estado supere a marca de 1 GW de fornecimento de energia por força eólica – o suficiente para iluminar 500 estádios de futebol como a Arena Fonte Nova. Com os projetos já captados, a Bahia espera que a fonte eólica seja a principal matriz energética do Estado a partir de 2020.

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