A Acelen, empresa do fundo de investimentos árabe Mubadala, que controla a Refinaria de Mataripe, privatizada no final do ano passado, elevou o preço do diesel entre 10,7% e 11,5% na última sexta-feira, enquanto a gasolina foi reajustada entre 9,3% e 15,7%, dependendo do mercado.
Os aumentos seguem a alta do preço do petróleo na semana passada, após o corte de produção de 2 milhões de barris de petróleo anunciado pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+).
Com a valorização da commodity, a Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom) estimou uma defasagem média dos preços internos do diesel em 13% e da gasolina de 10% em relação ao fechamento de quinta-feira, 7, do mercado internacional.
<b>Petrobras</b>
A Petrobras, agente dominante do mercado de refino, que reduziu rapidamente os preços da gasolina e do diesel quando o petróleo cedeu em setembro, fez o último reajuste desses combustíveis há 21 e 39 dias, respectivamente, e informou ao Broadcast (sistema de noticias em tempo real do Grupo Estado), na última quinta-feira, que ainda vê alta volatilidade na recente alta do petróleo.
"A companhia reafirma seu compromisso com a prática de preços em equilíbrio com o mercado, sem repassar a volatilidade conjuntural nem movimentos especulativos como os que estão sendo observados recentemente", disse a Petrobras em nota.
A estatal ressaltou ainda, "que não existe uma referência única e percebida da mesma maneira por todos os agentes, sejam eles refinadores ou importadores".
<b>Pressão do governo</b>
Segundo fontes, a estatal está sendo pressionada pelo governo federal a não fazer aumentos nos combustíveis até o final do segundo turno das eleições presidenciais, no próximo dia 30, favorecendo assim a candidatura do atual presidente da República, Jair Bolsonaro, que tenta a reeleição.