Economia

Adiamento do julgamento da chapa Dilma/Temer no TSE leva dólar a cair 0,60%

Mais uma vez na contramão do exterior, o dólar fechou em queda ante o real nesta terça-feira, 4. O otimismo foi causado principalmente pelo adiamento do julgamento da chapa Dilma Rousseff/Michel Temer no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A expectativa de entrada de recursos no País também colaborou para o movimento, assim como aconteceu na véspera.

O dólar à vista no balcão terminou com queda de 0,60%, a R$ 3,0963, o menor nível desde 22 de março (R$ 3,0947). O giro registrado na clearing de câmbio da B3 – resultado da fusão da BM&FBovespa com a Cetip – foi de US$ 867,279 milhões. No mercado futuro, o dólar para maio recuava 0,59% por volta das 17h15, a R$ 3,1150. O volume financeiro somava US$ 14,089 bilhões. No exterior, o dólar subia ante a maioria das moedas emergentes e de países exportadores de commodities, como a lira turca (+0,97%), o peso mexicano (+0,88%) e o dólar australiano (+0,56%).

O TSE acatou o pedido da defesa da ex-presidente Dilma Rousseff e deferiu o pedido para que o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega seja ouvido no âmbito da ação que pede a cassação da chapa Dilma/Temer por abuso de poder político e econômico nas eleições de 2014. Com isso, o julgamento foi adiado e será reaberta a fase de coleta de provas. Mantega será ouvido no dia 6, às 20 horas, em São Paulo.

“Hoje houve um movimento muito forte de venda de dólar futuro. O TSE tirou do radar um fator que poderia gerar algum tipo de ruído, então o vendedor de dólar ficou mais aliviado”, comenta um operador. “Quem estava querendo entrar na nova rodada de repatriação ficou à espreita. No momento em que o TSE adiou o julgamento, começou a entrar fluxo”, afirma o diretor da Mirae Corretora Pablo Spyer.

Para o operador citado acima, no curto prazo os riscos para o dólar são muito mais de baixa do que de alta. Ele acredita que o câmbio deve “andar de lado” nos próximos dias, à espera da ata da última reunião do Federal Reserve, amanhã, e do relatório sobre o mercado de trabalho nos EUA (payroll), na sexta-feira. A depender do que vier, o dólar poderia testar R$ 3,05 nos próximos dias. “Não existe nada no radar que possa causar uma pressão muito grande. A percepção que se tem é que a reforma da Previdência, ainda que sofra modificações, será aprovada”, comenta.

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