A Agência Internacional de Energia (AIE) manteve inalterada sua projeção de queda para o consumo mundial de petróleo em 8,4 milhões de barris por dia (bpd) neste ano, em relatório mensal divulgado nsta quarta-feira, 14. A entidade, que tem sede em Paris, decidiu pela manutenção dos números uma vez que embora tenha diminuído a projeção para o terceiro trimestre, elevou a expectativa para os últimos três meses de 2020, sem alteração no horizonte anual, de 91,7 milhões de bpd.
"As perspectivas econômicas e a futura disseminação do vírus, ambas as principais influências na demanda de petróleo, permanecem incertos", avalia a AIE, referindo-se ao novo coronavírus. "Uma segunda onda de casos de covid-19 e novas restrições de movimento estão agora desacelerando o crescimento da demanda", destaca.
A projeção da entidade para demanda mundial de petróleo no terceiro trimestre foi reduzida em 140 mil de bpd, para 93,6 milhões de bpd, com fraqueza vista principalmente na América do Norte (incluindo México) e Índia. Já a expectativa para os três meses seguintes passou para 96,1 milhões de bpd, com leve alta de cerca de 100 mil de bpd.
De acordo com a AIE, seis meses após os principais produtores de petróleo coordenarem cortes maciços na produção para compensar o colapso na demanda causada pelos bloqueios da covid-19, tais esforços têm demonstrado algum resultado no terceiro trimestre. Apesar disso, a associação destaca, no relatório, que as perspectivas continuam frágeis diante do aumento de casos do novo coronavírus e as medidas que têm sido adotadas para conter uma segunda onda da pandemia em alguns países.
"Isso certamente levanta dúvidas sobre a robustez da recuperação econômica prevista e, portanto, sobre as perspectivas de crescimento da demanda por petróleo", reforça a AIE.
Para 2021, a entidade também manteve o cenário de recuperação do setor traçado há um mês. A AIE espera que a demanda global por petróleo cresça 5,5 milhões de bpd no próximo exercício, totalizando 97,2 milhões de bpd. "Em 2021, os números irão se recuperar apenas parcialmente, para os níveis vistos pela última vez em 2015", avalia a Associação.