Ainda levará tempo para reabertura ter impacto no emprego dos EUA, diz Kudlow

Diretor do Conselho Econômico Nacional da Casa Branca, Larry Kudlow afirmou que "ainda levará um tempo" até que a reabertura econômica nos Estados Unidos provoque impacto nos números do mercado de trabalho. Ele destacou, porém, que os números "muito difíceis" do relatório de empregos (payroll) de abril divulgado na sexta-feira trazem "uma esperança": o fato de que cerca de 80% das demissões aparecem como temporárias, ou seja, com os funcionários esperando reassumir seus postos quando a situação melhorar no combate à pandemia de coronavírus.

Kudlow falou neste domingo, 10, em entrevista à <i>ABC News</i>.

Ele destacou o pacote trilionário do governo do presidente Donald Trump para proteger os empregos nos EUA, bem como as operações do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) para apoiar o quadro.

O assessor econômico de Trump disse que há diálogo entre o governo e o Congresso sobre os próximos passos, "os quais serão sem dúvida motivados pelo dados".

Segundo ele, "depois de toda essa assistência" já concedida é importante avaliar o impacto das medidas em vigor nas próximas duas semanas. Kudlow comentou ainda que ações já em vigor de impostos mais baixos e regulações mais relaxadas podem ser expandidas e disse acreditar em uma recuperação forte da economia americana em 2021.

<b>Recuperação lenta</b>

Também em entrevista à <i>ABC News</i>, o presidente do Federal Reserve de Minneapolis, Neel Kashkari afirmou neste domingo que a recuperação econômica dos Estados Unidos deve ser "lenta" e "mais gradual". "Infelizmente, o vírus continua a se disseminar. As pessoas continuam a contraí-lo. Infelizmente, as pessoas estão morrendo tragicamente", comentou.

Com direito a voto nas decisões de política monetária deste ano, Kashkari afirmou que, a partir de exemplos pelo mundo, "há evidência de que, quando os países relaxam seus controles econômicos, o vírus tende a ressurgir novamente". Quanto mais tempo esse quadro perdurar, "infelizmente, mais gradual a recuperação será", advertiu.

Ele disse que, para haver uma economia mais robusta, seria necessário que tivéssemos alguma novidade em vacinas em testes disseminados ou terapias em que pudesse haver total confiança para a volta ao trabalho. "Eu não sei quando teremos essa confiança", notou.

Nesse quadro, o dirigente afirmou que o Fed tem apoio o sistema financeiro, "claramente". "Nós faremos o que for necessário para garantir que o sistema financeiro continue a funcionar", garantiu.

Por outro lado, ele lembrou que esta é "primeiro e sobretudo uma crise de saúde", portanto "tudo que o Congresso puder fazer para apoiar mais o investimento em qualquer desses avanços tecnológicos (na saúde) será dinheiro bem gasto". Além disso, Kashkari apontou que a situação pode se prolongar por "um período longo", com isso o Congresso "precisa continuar a dar assistência aos trabalhadores que perderam seus empregos".

Kashkari afirmou que ainda "o pior ainda está por vir" no mercado de trabalho. Segundo ele, "obviamente" é preciso garantir que a reabertura das economias nos Estados americanos ocorra em segurança, com monitoramento sobre riscos de novos picos de casos de coronavírus.

O dirigente disse que é possível que as reaberturas graduais possam ter de ser seguidas por restrições, conforme o vírus se dissemina. "Para solucionar a economia, nós precisamos resolver o vírus, é preciso sempre manter isso em mente", ressaltou.

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