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Alckmin inaugura obra hídrica que estava pronta há 10 meses

O governador Geraldo Alckmin (PSDB) inaugurou nesta quarta-feira, 31, uma obra para aumentar a segurança hídrica de São Paulo que estava pronta há dez meses. A transferência de até 4 mil litros de água por segundo do Rio Pequeno, um braço limpo da Represa Billings, para o Rio Grande, em São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo, poderia entrar em operação desde o início de novembro de 2015, segundo a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), mas o recurso não foi usado. Nesse período, as bombas só foram acionadas em fase de teste.

Com 1,2 quilômetro de extensão, a ligação Rio Pequeno-Rio Grande está prevista para ser acionada apenas em momentos de baixa afluência do sistema. Ela também reforça a transposição da Billings para o Alto Tietê, que foi considerada a principal obra emergencial para evitar rodízio no abastecimento da Grande São Paulo. “A água do Rio Pequeno é bombeada para o Rio Grande, e parte é usada para atender o ABC. A outra parte vai andar 17 quilômetros até Suzano e reforça a Represa de Taiaçupeba (Alto Tietê)”, explicou Alckmin.

Em operação desde setembro de 2015, a transposição para o Alto Tietê nunca atingiu a capacidade máxima, que também é de 4 mil l/s. Atualmente, a transferência de água está em cerca de 2,85 mil l/s, mas chegou a ser de apenas 300 l/s, ou 7,5% da capacidade, em julho deste ano. Comportamento parecido também pode ocorrer com a ligação Rio Pequeno-Rio Grande. “A quantidade de água pode variar ao longo do tempo de acordo com a chuva, por exemplo”, diz a gestão Alckmin, em nota.

Alckmin afirmou que a obra mais recente dá “enorme garantia nos períodos de seca extrema e de mudanças climáticas” e que recebeu todas as licenças ambientas. “Estamos entrando no período chuvoso com um supersistema”, disse o governador, que voltou a descartar riscos de racionamento em São Paulo. “Já saímos dessa excepcionalidade. Agora, é campanha permanente para uso consciente da água e continuar investindo.”

Entre os investimentos previstos está a transposição entre as Represas Jaguari, da Bacia do Paraíba do Sul, e Atibainha, do Sistema Cantareira, que deve ser entregue em abril de 2017, de acordo com a Sabesp. Já o Novo Sistema São Lourenço deve ficar pronto seis meses depois. “É uma cesta de soluções que foram apresentadas e foram cumpridas”, disse Alckmin.

Obra pronta. O contrato da obra do Rio Pequeno foi assinado em julho de 2015, com prazo de conclusão de 180 dias, mas a entrega chegou a ser prometida para outubro do ano passado. Ela ficou pronta em novembro, segundo a Sabesp, após investimento de R$ 20 milhões – valor que inclui custo de construção e equipamentos elétricos. “Não houve atraso nenhum. As chuvas vieram, não foi necessário ligar o conjunto de motobombas e o governador achou o momento adequado inaugurar agora”, afirmou o diretor metropolitano da Sabesp, Paulo Massato. “Se fosse necessário ligar no final de outubro, início de novembro, já estava pronto.”

“Era importante para a Sabesp que o governador viesse até aqui conhecer a obra”, respondeu Massato, ao ser questionado por que ela só foi oficialmente inaugurada dez meses após sua conclusão. “Acho que é um reconhecimento do governador.” O diretor metropolitano da Sabesp disse ainda que o bombeamento de água do Rio Pequeno é uma “complementação” e só será usado quando houver necessidade. “É uma garantia para eventual crise hídrica.”

Em nota, a gestão Alckmin não respondeu por que a inauguração oficial só aconteceu nesta quarta, mas disse que as bombas ficaram desligadas por causa do volume de chuva acumulado durante o último verão. “Além dos custos operacionais para o acionamento e manutenção das bombas, haveria perda de água uma vez que o volume acumulado no reservatório do Rio Grande era elevado”, diz a nota. De acordo com o governo, a economia em energia foi de R$ 1,5 milhão desde novembro.

Já Sabesp afirma que a obra não foi inaugurada “pelo fato de o último verão ter sido chuvoso”. “O mesmo volume de chuvas que fez com que a transferência de água do Rio Grande-Taiaçupeba também não precisasse ser utilizada durante todo o período e em capacidade máxima”, diz a empresa.

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