Economia

Aldo Mendes, do BC, destaca desvalorização de moedas e o uso de swaps no Brasil

O diretor de Política Monetária do Banco Central (BC), Aldo Mendes, disse neste sábado (29) que, desde que foi anunciado o fim dos estímulos monetários nos Estados Unidos, houve uma desvalorização das moedas no mundo. Para minimizar os riscos desse movimento, Aldo lembrou que a autoridade monetária brasileira lançou mão do programa de swaps cambiais – venda de dólares no mercado futuro -, em agosto de 2013, em uma estratégia que “vem se mostrando exitosa”. Ele explicou, citando o tamanho das reservas internacionais e do estoque de swaps, que o BC tem posição líquida corrigida pela variação do dólar “que gera resultados positivos para a autoridade monetária sempre que a taxa de câmbio se deprecia no País”.

“No Brasil e nas economias emergentes, após o anúncio de maio de 2013 de uma eventual redução de estímulos monetários pelas autoridades dos Estados Unidos, ocorreram alterações relevantes nas expectativas dos agentes econômicos”, disse o diretor do BC, durante participação no 7º Congresso Internacional de Mercados Financeiro e de Capitais organizado pela BM&FBovespa em Campos do Jordão, interior de São Paulo.

E essas alterações decorrentes da redução dos estímulos monetários nos Estados Unidos tiveram repercussões nos mercados globais, incluindo considerável desvalorização de moedas frente ao dólar e aumento não só da volatilidade como também dos prêmios de risco. “Percebendo que esse movimento poderia trazer alguma perturbação à estabilidade financeira, nos preparamos oferecendo ao setor financeiro e produtivo instrumentos de proteção contra o risco cambial através do programa de swaps cambiais, que teve início em 22 de agosto de 2013”, disse Mendes. Essa estratégia, segundo ele, vem se mostrando exitosa, pois ao mesmo tempo que ajuda a promover a estabilidade financeira, atua em prol da estabilidade dos fluxos financeiros e comerciais em divisas estrangeiras no País.

Atualmente, explicou o diretor, o BC mantém em seus registros contábeis estoques de reservas internacionais acima de US$ 370 bilhões, mais que o triplo da posição em contratos de swap cambial que soma o equivalente a US$ 104 bilhões. “Assim, o balanço do BC possui em termos líquidos ativos corrigidos pela variação da moeda estrangeira que gera resultados positivos para a autoridade monetária sempre que a taxa de câmbio se deprecia no País”, explicou.

No ambiente de desvalorização da taxa doméstica de cambio, afirmou Mendes, as reservas internacionais do BC têm produzido receitas largamente superiores às despesas do programa de swaps cambiais, receitas líquidas essas que são transferidas e creditadas na conta única do Tesouro Nacional.

Aldo Mendes teceu ainda comentários sobre a resiliência do sistema bancário brasileiro aos momentos de turbulências econômicas e financeiras. “Eu posso assegurar que as infraestruturas para o nosso mercado financeiro encontram-se aderentes aos princípios internacionais”, disse. Segundo ele, por outro lado, a vigilância por parte dos reguladores tem sido ou reagido no sentido de permanente aprimoramento dessa aderência.

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