Alemanha e França retomam vacinação da AstraZeneca

A comissão de vacinas da Alemanha (conhecida como Stiko) e a França afirmaram que a vacina da Oxford/AstraZeneca pode ser utilizada novamente nos países. Segundo a entidade alemã, apesar da decisão, ainda há alguns estudos que reconhecem potenciais coágulos sanguíneos.

A medida tomada pelo Stiko, no entanto, foi seguida de um questionamento para toda a comunidade europeia. Na avaliação deles, em que medida esse "drama" gerado em torno da vacina da AstraZeneca "era para ser uma declaração política na tentativa de se vingar da AstraZeneca em meio à disputa da empresa com a União Europeia", após atrasos na entrega das vacinas pela farmacêutica.

O ministro da Saúde da Alemanha, Jens Spahn, afirmou que a reintrodução deve ser feita com "prudência, com médicos informados e cidadãos devidamente educados".

Ainda com a retomada do imunizante, o ministro alertou que não há vacina suficiente na Europa para conter a terceira onda da covid-19.

O número de casos tem aumentado na Alemanha, impulsionado pela flexibilização das restrições nas últimas semanas e pela disseminação das novas cepas. Na avaliação de Spahn, a vacinação por si só não seria capaz de conter a infecção, pois não há doses suficientes, e as restrições que foram suspensas podem ter que ser reimpostas para conter a propagação do vírus.

"O número crescente de casos pode significar que não podemos dar mais passos iniciais nas próximas semanas. Pelo contrário, podemos até ter que retroceder", declarou Spahn.

Os líderes estaduais alemães também devem discutir com a chanceler Angela Merkel ainda nesta sexta-feira (19) formas de acelerar a campanha de vacinação, a exemplo de permitir que os médicos de família comecem a administrar doses em suas cirurgias. Eles ainda afirmaram que "estão prontos" para recuperar o tempo perdido rapidamente.

Na última atualização, o país relatou 17.482 novos casos e 226 mortes de covid-19 em 24 horas, aumento de infecções registrado pelo segundo dia consecutivo. Considerando a campanha de vacinação lenta na Europa, restrições mais rígidas ainda podem ser a única solução no segundo trimestre para lidar com a crise de saúde na região, apontou Spahn.

<b>Holanda</b>

A Holanda registrou, na atualização desta sexta-feira, o maior aumento de novos casos desde o início do ano, com cerca de 7.400 infecções nas últimas 24 horas, afirmou o ministro da Justiça holandês, Ferd Grapperhaus.

O governo holandês deve decidir nos próximos dias se há espaço para flexibilizar o bloqueio, que inclui toque de recolher noturno e fechamento de todos os bares e restaurantes do país.

<b>Bélgica</b>

Novas infecções diárias também estão em tendência de alta na Bélgica. Nesta sexta-feira, o governo belga pretende se reunir para discutir o fechamento de lojas não essenciais e outras medidas mais restritivas. A média de casos no país dos últimos sete dias agora é de 3.266, um aumento de 34% em relação à semana passada.

"Não vimos esse aumento desde a segunda onda em outubro", disse o porta-voz do ministério da saúde, Yves Van Laethem. Em sua avaliação, se o aumento de novos casos continuar neste ritmo, até 10 de abril, o país deve atingir a marca de mil pacientes internados em UTI.

As novas internações hospitalares nos últimos três dias subiram para mais de 200 por dia, versus 146 por dia na semana anterior.

<b>Taiwan</b>

Na segunda-feira, 22, Taiwan dará início ao seu programa de vacinação contra a covid-19 com o imunizante da AstraZeneca, afirmou o ministro da saúde, Chen Shih-chung, após a vacina ter sido aprovada esta semana pelo governo. O governo de Taiwan minimizou as preocupações com o início tardio do programa de vacinação, dizendo que com uma taxa de casos tão baixa não há a urgência que existe em outros países onde a pandemia continua galopante.

As primeiras vacinas, cerca de 117 mil doses, chegaram na ilha no início deste mês.

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