O Diário Oficial da União (DOU) desta quinta-feira, 22, traz publicada a nomeação do novo presidente do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), Alexandre Barreto de Souza, e do novo conselheiro do órgão, Mauricio Oscar Bandeira Maia. Alexandre Barreto e Mauricio Maia tiveram seus nomes aprovados para os cargos esta semana pelo Senado Federal. Os dois exercerão mandatos de 4 anos. Os decretos das nomeações são assinados pelo presidente da República em exercício, Rodrigo Maia, e o ministro da Justiça, Torquato Jardim.
A expectativa é que os dois tomem posse ainda nesta semana. Se isso se confirmar, Barreto e Maia chegarão ao conselho às vésperas do julgamento da compra da Estácio pela Kroton. Como antecipou o Broadcast, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado, na terça-feira, o Cade pode reprovar a operação por não estar chegando a um acordo com as partes.
A previsão é que a operação seja analisada no plenário do conselho na próxima quarta-feira, dia 28. O prazo final para o julgamento é 29 de julho, mas, como não há sessão ordinária marcada para o próximo mês, a análise teria que ser feita na sessão do dia 28. O Cade, porém, ainda poderá marcar uma sessão extraordinária para analisar o caso, o que não está descartado.
Veto
Os dois novos membros do Cade poderão pesar na definição do futuro das duas empresas. Em um impasse nas negociações e com o prazo para julgamento próximo do fim, há “chances reais” do Cade reprovar a operação, de acordo com fontes que acompanham as negociações. A avaliação é que, após o órgão ter sido citado na delação de executivos da JBS, o conselho quer passar uma mensagem dura à sociedade, de que age de maneira firme, justamente no julgamento de uma das maiores operações do ano.
Nas últimas semanas, com o recrudescimento das conversas, a Kroton ofereceu vender um pacote com cerca de 250 mil matrículas. De acordo com fontes, o remédio foi considerado suficiente pela conselheira relatora do caso, Cristiane Alkmin. Mas o restante dos conselheiros acha que é necessário mais.
Entre as propostas exigidas pelo Cade está a venda da marca Anhanguera e grande parte dos ativos ligados à universidade, o que a Kroton considera desproporcional.