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Alunos fazem reforço escolar via YouTube

Antes restrita a universidades ou a iniciativas individuais de docentes, a criação de páginas de videoaulas no YouTube tem sido cada vez mais adotada por escolas de ensino fundamental e médio de São Paulo. Os canais fazem sucesso: alguns têm mais de 1 milhão de visualizações.

Duas escolas – o Colégio Bandeirantes, na zona sul da capital, e o Colégio Poliedro, em São José dos Campos – passaram a investir no estudo da linguagem audiovisual para produzir materiais que despertem o interesse.

A versão virtual da aula é bem mais curta do que a convencional tem duração média de 5 minutos. O material serve como reforço para estudantes das instituições e também como fonte de estudo para jovens de todo o País que buscam aulas com credibilidade entre as ofertas da internet.

“É uma oportunidade para quem não tem condições de pagar escolas particulares, como eu, saber como elas ensinam”, afirma a estudante Michele Braganti, de 16 anos, que está no 2º ano do ensino médio de uma escola pública de Sorocaba, no interior, e se prepara há quase dois anos para o vestibular de Medicina com as videoaulas.

Um dos canais de escolas que mais fazem sucesso é o do Poliedro. Criado há 15 meses no YouTube, ele já alcançou mais de 1 milhão de visualizações.
João Luís de Almeida Machado, supervisor pedagógico de mídias digitais do sistema de ensino Poliedro, explica que os professores tiveram de adaptar a linguagem das aulas. “Por mais que o professor esteja acostumado com salas grandes, na gravação é preciso foco total no conteúdo e a linguagem tem de ser próxima à do aluno.”

Segundo Machado, a criação dos vídeos é feita com base no material do colégio e no conteúdo em que os alunos tiveram os piores resultados nas provas.
Na página do Poliedro, os vídeos de maior sucesso são os de Sociologia e Filosofia. “As duas disciplinas passaram a ser obrigatórias no ensino médio em 2008. Há muitas escolas que não têm estrutura para essas matérias e, como o conteúdo já está sendo cobrado no vestibular, a procura é grande”, explica o professor de Sociologia do colégio, Daniel Gomes, recordista de visualizações no canal da instituição – são quase 170 mil visualizações em seus quatro vídeos mais populares.

Exercícios

Já a página do YouTube do Colégio Bandeirantes tem vídeos institucionais e aulas. O foco hoje é a resolução de exercícios, principalmente de Matemática. Mas a ideia é que os docentes produzam mais videoaulas. Para que eles se ambientem à linguagem audiovisual e aprendam a editar o material, a escola está promovendo palestras. “Queremos ampliar o projeto, então estamos aprendendo quais formatos atraem os alunos. Se o vídeo fica monótono, eles fogem”, diz Mario Abbondat, coordenador de tecnologia educacional do colégio.

Especialistas são unânimes em dizer que as videoaulas não substituem o professor nem a aula presencial. “É um exercício para melhorar a qualidade; uma escola aprende com a outra”, afirma Abbondat.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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