A Agência Nacional de Águas (ANA) informou nesta segunda-feira que até as 18h30 de hoje não havia recebido a nova versão do documento “Projeção da Demanda – Sistema Cantareira”, em substituição à primeira versão enviada pela estatal paulista no final de setembro. Hoje se encerrava o prazo adicional solicitado pela própria Sabesp para corrigir o documento.
Após três adiamentos, na sexta-feira, 26 de setembro, a ANA recebeu, do Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE), o documento de autoria da Sabesp. Passado o fim de semana, na segunda-feira, 29 de setembro, a Sabesp enviou ofício informando que “o documento necessitava de correções em seu método/modelo” e solicitando um prazo de cinco dias úteis para a correção e entrega de novos estudos.
Questionada pelo Broadcast sobre o documento, a Sabesp informou, no fim da tarde de hoje, que o estudo estava “em aberto” e que seria entregue quando fosse concluído, sinalizando que não cumpriria o prazo acordado com a ANA. Conforme explicou a agência, o documento complementará as informações prestadas pela estatal no documento “Plano de Contingência II – Ações contingenciais e resultados”, já divulgado.
A agência reguladora federal já informou que o plano de operação dos reservatórios do Sistema Cantareira, incluindo regras de funcionamento das estruturas de bombeamento instaladas e a construir, “é imprescindível” para que ela e outros órgãos reguladores, como DAEE, possam analisar e autorizar, se for o caso, a utilização de volumes adicionais da Reserva Técnica (o chamado volume morto) do Sistema Cantareira. A Sabesp requer uma segunda cota de volume morto, no montante de 106 bilhões de litros, para abastecer a região metropolitana de São Paulo sem a necessidade de decretar um racionamento oficial até março de 2015, quando se encerra o período de chuvas na região.
Segundo estimativas do próprio governo paulista, o volume morto que hoje a companhia está autorizada a utilizar deve acabar até meados de novembro. Conforme dados atualizados disponibilizados pela Sabesp, o volume de armazenamento no Sistema Cantareira estava em 5,61% na tarde desta segunda-feira, considerando o volume morto de 182,5 bilhões de litros de água da reserva técnica, incluídos em maio, que resultaram em um acréscimo de 18,5% sobre o volume total do sistema. Um ano atrás, o patamar de armazenamento era 40,04%.