As captações brasileiras com instrumentos de dívida no mercado local seguem abaixo dos níveis do ano passado, mas o setor externo se destacou, com um montante levantado até maio superior ao total de 2015, informa relatório do Mercado de Capitais da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiros e de Capitais (Anbima).
O relatório considera as captações feitas pelo Tesouro (US$ 1,5 bilhão) e pela Petrobras (US$ 6,75 bilhões) que juntas somam US$ 8,3 bilhões e superam os US$ 8,1 bilhões captados lá fora no ano passado. Até a terça-feira, 7, no entanto, foram captados mais US$ 2 bilhões, o que eleva o total de operações brasileiras de bônus para US$ 10,3 bilhões.
No mercado local, as captações caíram 60% no acumulado de janeiro a maio em relação ao ano passado, para R$ 22,716 bilhões. Em 2016, as captações corporativas têm sido lideradas pelas debêntures, com participação de 49,2% do total, seguidas dos certificados de recebíveis imobiliários (CRIs), com peso de 19,6% – resultado influenciado pela expressiva operação da Cibrasec – e das ações, com porcentual de 15,4% das captações no ano.
Em maio, isoladamente, o total captado foi de R$ 5,6 bilhões, 23,5% inferior ao mesmo mês do ano passado. De toda a forma, a Anbima ressalta que o volume é superior à média de operações dos três meses anteriores – de apenas R$ 2,2 bilhões.
As operações em maio se concentraram no mercado de renda fixa, com destaque para os CRIs, com R$ 3,610 bilhões emitidos, 63% acima de maio de 2015. O salto reflete, entretanto, uma única operação, realizada pela Cibrasec – Companhia Brasileira de Securitização, que movimentou R$ 3 bilhões.
As debêntures emitidas em maio somaram R$ 1,276 bilhão, montante 67% abaixo de maio de 2015.