A alta no mercado de veículos em março foi encarada sem entusiasmo pelo presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Antonio Megale. Ele disse nesta quinta-feira, 6, que o crescimento observado no mês passado não foi “consistente” nem “robusto”, porque foi puxado por vendas para empresas (como locadoras de veículos e frotistas em geral) e não para o consumidor comum.
“Tivemos um aumento maior do que o normal nas vendas para pessoa jurídica, e isso pode refletir algumas renovações de frota dessas empresas, e são grandes compras que geram distorções”, afirmou Megale, após apresentar os dados do mercado no terceiro mês de 2017. Segundo ele, “ainda é cedo para dizer que a tempestade passou”, mas é possível afirmar que “diminuiu de intensidade”.
As vendas registradas em março, considerando todos os segmentos, alcançaram 189,1 mil unidades, avanço de 5,5% ante igual mês de 2016. No entanto, em conta que soma apenas as unidades vendidas para o consumidor comum, houve queda de 7,1%, para 118 mil unidades. Enquanto isso, as vendas para empresas subiram 36,2%, para 71,2 mil unidades.
A projeção da Anfavea para o mercado de veículos em 2017 segue de expansão de 4%, apesar de o primeiro trimestre acumular recuo de 1,9%. “Os números mostram que estamos no caminho da estabilidade”, disse Megale em um primeiro momento. “Esperemos ver números positivos ao longo do ano, especialmente no segundo semestre, com um crescimento mais forte no último trimestre”, afirmou depois.