O presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Luiz Moan, afirmou há pouco que a entidade não pode se antecipar em qualquer posicionamento em relação às montadoras investigadas por possível compra de Medida Provisória (MP) no governo do ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva, antes que os órgãos oficiais concluam as investigações. Ele fez questão de ressaltar, contudo, que, como associação, a Anfavea não compartilha das atitudes criminosas que eventualmente foram tomadas por essas empresas.
“Não há como a associação antecipar qualquer posicionamento em relação a essas empresas citadas, sem que os órgãos institucionais coloquem posição mais forte e mais firme”, afirmou Moan em entrevista coletiva.
Segundo ele, a visão da Anfavea é de que as duas montadoras associadas à entidade que estão sendo investigadas (Caoa e Mitsubishi) é que devem “buscar um posicionamento público em relação a esse assunto”. “Como entidade, não compartilhamos qualquer tipo de atitude que possa ser imputada a essas empresas”, ressaltou.
Como mostrou o jornal O Estado de S. Paulo na semana passada, montadoras estão sendo investigadas pela Polícia Federal por possível compra de MP, em 2009, durante o governo do ex-presidente Lula, para ampliação da redução da alíquota do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para veículos produzidos em fábricas na região Norte e Nordeste do Brasil.
O vice-presidente tesoureiro da Anfavea, Mauro Marcondes Machado, que representa da Mitsubishi na entidade, é citado com um dos envolvidos nas negociações.