Opinião

Ano começa tarde para vereadores

Oficialmente, o segundo semestre tem início nesta terça-feira para boa parte dos políticos brasileiros. Para muitos, entretanto, o ano está só começando, já que o desempenho nos primeiros seis meses de 2011 deveria ser deixado para trás. Isso serve tanto para o município como para o país, principalmente no que se refere às casas legislativas, que muito pouco produziram nesse período.


Talvez, em Guarulhos, a Câmara Municipal, mais uma vez como já se tornou praxe nas últimas legislaturas, possa ser apontada como um dos piores exemplos  em vários sentidos. A produção de leis na Casa é irrisória, não há grandes debates em pauta, falta empenho da maioria dos vereadores em questões importantes para o município, a representatividade da população deixa a desejar.  E o pior: umas das funções mais nobres do Legislativo que é fiscalizar o Executivo simplesmente não existe. Não por falta de motivos, mas principalmente pelo alto grau de comprometimento entre os dois poderes, onde o primeiro é quase que uma extensão do segundo.


A insignificância da Câmara Municipal pode ser medida pelo próprio recesso parlamentar de julho. Enquanto a maioria dos brasileiros estão trabalhando, os vereadores entram em férias. Salve alguns poucos que seguiram trabalhando em prol de seus eleitores, com ações junto às suas bases ou intervindo em temas bastante críticos no município, como é o caos vivido pela saúde pública, a maior parte preferiu o ócio. Muitos foram viajar, outros trataram de cuidar de suas vidas pessoais, tentando resolver questões particulares. Para a população, absolutamente nada.


Fosse diferente, o prefeito Sebastião Almeida poderia ter convocado sessões extraordinárias durante o recesso para votar uma possível ajuda do Executivo ao Hospital Stella Maris. No entanto, o próprio chefe do Executivo descartou tal possibilidade justamente por considerar que muitos parlamentares poderiam estar fora do município e a convocação se tornava inviável. 


Assim, seria de bom tom – algo que é pouquíssimo provável – se os parlamentares guarulhenses mudassem completamente de atitude e passassem a trabalhar pelos interesses dos guarulhenses e não em favor de questões particulares, como se tornou praxe.

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