A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou registro do primeiro teste de farmácia para diagnóstico do HIV. O mecanismo do exame é semelhante ao dos existentes para medir a glicose de diabéticos. Com um aparelho, gotas de sangue são coletadas e colocadas em contato com um reagente. O resultado pode ser visto em 20 minutos. Quando a presença de anticorpos para o vírus é identificada, linhas são formadas em um mostrador.
O produto será vendido em farmácias e drogarias. Não há, no entanto, prazo para isso. A aprovação da Anvisa é o primeiro passo para a comercialização ser feita. Agora, a Câmara de Regulação do Mercado Medicamentos deverá analisar qual o preço o produto será vendido. A estimativa é de que isso ocorra em três meses.
De acordo com documentos analisados pela Anvisa, o teste mostrou uma efetividade alta. Há, no entanto, o problema da janela imunológica. O exame identifica a presença de anticorpos, produzidos quando o organismo reconhece a invasão do vírus. Esse processo não é imediato. Justamente por isso, quando a contaminação é recente e não há uma produção significativa de anticorpos, o teste não consegue identificá-los, indicando um resultado falso negativo.
Para evitar esse risco, a recomendação é de que em casos de resultado negativo o exame seja repetido depois de 30 dias. Se houver uma situação de risco à exposição ao HIV durante o intervalo entre um exame e outro (como relações sexuais desprotegidas), a indicação é que um novo teste seja feito e, passados 30 dias, repetido.
A recomendação é a de que, quando o exame é positivo, a pessoa procure o Sistema Único de Saúde. Testes gratuitos para identificação do HIV estão disponíveis também no SUS. Apesar dessa oferta, há pessoas que resistem em procurar postos de saúde, por desconhecimento ou outras motivações.
Existem no País cerca de 112 mil pessoas vivendo com HIV/Aids sem saber dessa condição. Pelo protocolo brasileiro, o portador do vírus pode iniciar o tratamento tão logo receba o diagnóstico. No passado, para ingressar com as primeiras terapias, era preciso que o paciente apresentasse níveis determinados de carga viral e de células de defesa, CD4.