Política

Ao acatar pacotão de Almeida, vereadores da base dizem não ouvir as ruas

Como já se tornou comum na administração do prefeito Sebastião Almeida (PT), às vésperas do recesso parlamentar, o chefe do Executivo encaminhou um pacote de projetos de lei para serem votados à toque de caixa pelos vereadores

A Câmara Municipal entra em recesso na semana que vem. Mas nesta quinta-feira haverá quantas sessões extraordinárias forem necessárias para esgotar a pauta de votação que contém uma série de projetos de lei, encaminhados pelo prefeito Sebastião Almeida nesta semana à Casa. Desta forma, não há tempo hábil para que os temas sejam debatidos como deveriam. Como o Executivo tem ampla maioria no Legislativo, não deve encontrar dificuldades para fazer valer o que quer. Ou seja, os vereadores de Guarulhos demonstram que não estão ouvindo as manifestações populares. 

Os poucos vereadores da Oposição, que se resume a quatro vereadores do PSDB e um do PV, tentaram de todas as formas possíveis atrasar os trabalhos na sessão desta terça-feira, para obstruir as votações de interesse do Governo. Entre os projetos, há incentivos fiscais para as empresas de ônibus, criação de um programa denominado Bolsa Trabalho, além da Lei de Diretrizes Orçamentárias, sem qualquer emenda de vereadores, já que não existe tempo para isso, além de autorização para o Executivo firmar novos convênios de financiamento com a Caixa Econômica Federal.

Se os vereadores da base aliada acatarem as posições de Almeida, como já virou praxe na Casa, darão uma clara demonstração de que não estão ouvindo as vozes das ruas, que vêm pedindo, entre outras coisas, mudanças na postura dos políticos. Em Brasília, a Câmara Federal deu nesta terça-feira uma grande demonstração de mudança de comportamento ao rejeitar, quase que por unanimidade, a PEC 37 após as manifestações populares. Até o PT, que defendia de todas as formas impedir que o Ministério Público promovesse investigações, voltou atrás e votou contra a proposta.

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