Cerca de 70 pinheiros retirados de área verde. Foi o que ocorreu na última semana no Macedo, na rua Abílio Campos, mesmo após a criação da lei 6551/09 por parte da Secretaria Municipal do Meio Ambiente, que teria como proposta estabelecer políticas públicas de plantio de ilhas verdes para amenizar o problema das chamadas ilhas de calor, presentes nas regiões mais urbanizadas da cidade justamente pela ausência do verde.
A área que teve os pinheiros retirados pertence à Secretaria Municipal da Educação, que solicitou a obra no âmbito de transformar o terreno em estacionamento e informou que o local receberá 100 mudas no mesmo terreno.
"É um absurdo, perdemos pelo menos 70 pinheiros neste trecho, que trazia um pouco mais de qualidade de vida para os moradores", argumenta o tecnólogo de automação, Israel de Silveira, 48 anos. Ele comenta descontente a alteração realizada pela Prefeitura e questiona, "se a cidade precisa tanto de verde, por que estão retirando o que já existe a tanto tempo nesta região?". Outra moradora, a dona de casa Vilma Pereira, 40, concorda com Israel ao mencionar a contradição da administração pública.
O secretário de Meio Ambiente, Alexandre Kise, explica que a Pasta autorizou a retirada dos pinheiros, justificando que se tratam de árvores exóticas que não pertencem à nossa flora, por isso não há rigor que impeça a retirada. No entanto, Kise admite, "foi uma perda de uma área significante, mas além da compensação feito a partir do plantio de mudas, a outra área verde existente no local deve manter o equilíbrio".
O argumento do secretário não convence a vereadora Luiza Cordeiro (PCdoB), presidente da Comissão Técnica de Meio Ambiente da Câmara, que afirmou à reportagem que deve se reunir com a Pasta para discutir o assunto. "Já temos uma carência de áreas verdes na cidade e a compensação leva muito tempo para surtir efeito. Há ainda a questão da absorção de água pelo solo, que será prejudicada". Kise afirma que o estacionamento terá piso de drenagem, conforme indicado pela Pasta.
Luiza frisa que recebeu diversos e-mails de pais de crianças que estudam nas proximidades. "Não é só a perda de uma área verde e de uma área de lazer. As crianças lamentaram a retirada das árvores e fizeram a contraposição com o que se ensina na escola sobre a preservação do meio ambiente", disse a parlamentar, que considera contraditória a atitude da Prefeitura, uma vez que a mesma cobra a consciência ambiental das empresas presentes na cidade.