Economia

Após abrir em alta, dólar oscila e cai, mas crise política continua no radar

Após abrir em alta e testar as máximas intraday diante das incertezas sobre os desdobramentos da crise envolvendo o presidente Michel Temer, o dólar passou a cair na manhã desta terça-feira, 23. O IPCA-15 de maio, medido pelo IBGE, ficou dentro do esperado e a perspectiva de leilões de até US$ 2,4 bilhões em swap cambial ajudam a apoiar o alívio, segundo o operador de uma corretora que não quis se identificar. Contudo, persiste um pano de fundo de cautela.

Os agentes financeiros estão monitorando a operação deflagrada no início da manhã pela PF, batizada de Panatenaico, na qual um dos alvos de mandado de prisão temporária é o ex-vice governador do Distrito Federal Tadeu Filipelli (PMDB) – que é atualmente assessor especial do presidente Michel Temer. Além dele, são alvos de mandado de prisão temporária os ex-governadores do Distrito Federal Agnelo Queiroz (PT) e José Roberto Arruda (PR).

Todos são suspeitos de fraudes de quase R$ 1 bilhão na construção do Estádio Mané Garrincha – a mais cara arena de toda Copa do Mundo 2014. Orçadas em cerca de R$ 600 milhões, as obras no estádio custaram ao fim, em 2014, R$ 1,575 bilhão. O superfaturamento, portanto, pode ter chegado a quase R$ 1 bilhão.

Em relação às delações da JBS, o deputado Rocha Loures (PMDB-PR) entregou à Polícia Federal, em São Paulo, a mala dos R$ 500 mil da JBS. O parlamentar, aliado do presidente Michel Temer (PMDB), foi flagrado na noite de 24 de abril, em São Paulo, saindo apressado do estacionamento de uma pizzaria nos Jardins, zona sul de São Paulo, carregando uma mala preta com R$ 500 mil em dinheiro vivo. Agentes da Polícia Federal o seguiam e o filmaram.

Às 9h46 desta terça, a moeda à vista caía 0,08%, aos R$ 3,2691. Na máxima, após a abertura, atingiu R$ 3,2878 (+0,49%) e, na mínima, caiu aos R$ 3,2656 (-0,18%). Já o dólar futuro para junho recuava 0,02%, aos R$ 3,2865. A máxima após a abertura foi de R$ 3,2950 (+0,55%) e a mínima, há pouco, aos R$ 3,2725 (-0,14%).

O IPCA-15 registrou alta de 0,24% em maio, após subir 0,21% em abril, e ficou dentro das estimativas dos analistas do mercado financeiro consultados pelo Projeções Broadcast, que esperavam inflação entre 0,14% e 0,31%, com mediana de 0,21%. No ano, o IPCA-15 acumula aumento de 1,46% e a taxa acumulada em 12 meses até maio foi de 3,77%.

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