O texto-base da reforma da Previdência foi aprovado pelo Plenário da Câmara por 379 votos favoráveis e 131 contrários. O resultado acaba de ser proclamado pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que se emocionou e foi muito aplaudido pelos parlamentares.
O placar superou os cálculos que haviam sido divulgados pelo governo e pelos líderes partidários com ampla margem. Para aprovar o texto, eram necessários, no mínimo, 308 votos.
A votação foi realizada em primeiro turno. O segundo turno de votação será realizado após a votação dos destaques e pode ocorrer entre amanhã e sexta-feira. A votação em segundo turno representa uma confirmação do texto final que será enviado ao Senado.
O deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) disse que Maia “colocou seu nome na história do Brasil”. Ele agradeceu ainda o apoio da população à reforma.
O líder do MDB, Baleia Rossi (SP), disse que o placar demonstra a maturidade da Câmara. Ele disse que Maia conduziu a reforma com “maestria” e em nenhum momento se desviou de sua meta. “Foi uma grande vitória”, disse. “Agora, vamos superar os destaques”, acrescentou, ressaltando que a ideia é derrubar aqueles que têm impacto na reforma.
O líder da Oposição, Alessandro Molon (PSB-RJ), disse que a aprovação da reforma era lamentável, pois os deputados olharam apenas números, sem ver as pessoas. “É preciso achar o equilíbrio ideal entre estes dois lados, para que a dose do remédio não vire veneno, tanto para o povo como para a nossa economia. Infelizmente, não foi isso que vimos aqui hoje”, disse. “Vamos lutar, agora, para reduzir os impactos negativos desta reforma por meio dos destaques.”
Os deputados iniciaram a análise dos 16 destaques apresentados. No início da noite, o secretário especial de Previdência e Trabalho, Rogério Marinho, ainda negociava com deputados para tentar retirar os destaques da oposição.
Há acordo para a votação de dois destaques: o que se refere aos policiais e às mulheres. Mesmo com a aprovação desses dois destaques, o governo estima uma economia de despesas acima de R$ 900 bilhões em dez anos.