Os moradores do bairro São Bernardo, em Campinas, onde está localizada a sede da empresas de transporte de valores Protege, ainda vivem o clima de medo após o assalto com tiroteio e explosões que levaram pânico ao bairro, na madrugada de 14 de março. A igreja evangélica localizada em frente ao prédio atacado mudou os horários de cultos para reduzir os risco. “Desde o assalto, estamos com atividades só durante o dia”, disse o funcionário Sérgio Zorzi.
Segundo ele, a medida atendeu a uma solicitação dos frequentadores. Ele conta que as pessoas que costumavam ir ao local durante a noite mudaram a rotina. “Quem tem mais idade passou a sair à rua com menos frequência.” O comerciante Eric Vaz, que mora a uma quadra do local, disse que alguns moradores já se mudaram da rua. Os imóveis foram postos para locação, mas não apareceram interessados. “Tinha um trailer de lanches que sempre ficava na esquina da Protege. Depois do ocorrido, ele não tem vindo mais.”
Após o assalto, os moradores fizeram protestos no bairro e manifestação na Câmara, pedindo a saída da Protege. Em resposta, a prefeitura criou um grupo de trabalho para estudar o caso. O problema é que outras empresas de transporte de valores também estão em bairros movimentados da cidade.
Procurada na ocasião, a procuradoria jurídica da Associação Brasileira de Empresas de Transportes de Valores (ABTV) informou que a empresa instalou-se há muitos anos na região e para isso atendeu a legislação municipal.