Depois de ver a inclusão do seu nome ser criticada na lista de 10 candidatos ao prêmio de melhor atleta do ano da Associação Internacional de Federações de Atletismo (Iaaf, na sigla em inglês), o velocista norte-americano Justin Gatlin acabou ficando fora do grupo de três nomes escolhidos como finalistas a receber a honraria, anunciados nesta sexta-feira pela entidade que controla a modalidade em todo mundo.
O catariano Mutaz Barshim (do salto em altura), o queniano Dennis Kimetto (maratona) e o francês Renaud Lavillenie (salto com vara) são os três finalistas da premiação masculina, cujo vencedor será conhecido em 21 de novembro, em Mônaco. Já as finalistas entre as mulheres são a neozelandesa Valerie Adams (do arremesso de peso), a etíope Genzebe Dibaba (das provas do 500 e 3000 metros) e a holandesa Dafne Schippers (dos 100 e 200 metros).
Na semana passada, o ex-atleta Sebastian Coe, hoje um dos vice-presidentes da Iaaf, disse ter “grandes problemas” para acompanhar a decisão da entidade de incluir Gatlin, que já deu positivo em exame antidoping, na lista de indicados ao prêmio de atleta do ano.
O norte-americano já ficou quatro anos suspenso por doping e sua inclusão na lista de dez nomes anteriormente revelados como candidatos à honraria provocou reclamações até de concorrentes, como o alemão Robert Harting, campeão olímpico do lançamento de disco, que pediu para ter o seu nome removido desta mesma relação de dez nomes.
Gatlin, medalha de ouro na prova dos 100 metros na Olimpíada de 2004, testou positivo para uso em excesso de testosterona em 2006, e voltou a competir em 2010, depois de cumprir sua suspensão. Neste ano, o atleta de 32 anos fez os melhores tempos do mundo nos 100 metros, com 9s77, e nos 200 metros, com 19s68.
Chama a atenção também neste ano também o fato de que Usain Bolt, recordista mundial dos 100 e dos 200 metros e bicampeão olímpico, estar fora desta lista de finalistas da Iaaf. Vencedor desta premiação em 2008, 2009, 2011, 2012 e 2013, o astro jamaicano participou de poucas competições no ano por causa de uma lesão no pé e com isso acabou não entrando na listagem final formulada por meio da votação de atletas, dirigentes, federações e jornalistas ouvidos pela entidade.
Finalistas deste ano, Kimetto se tornou neste ano o novo recordista mundial da maratona, enquanto Lavillenie se tornou o recordista mundial indoor do salto com vara, superando uma marca histórica do lendário ex-saltador ucraniano Sergei Bubka. Mutaz Barshim, por sua vez, saltou 2,43 metros em uma prova de salto em altura, no mês passado, e ficou a dois centímetros do recorde mundial do cubano Javier Sotomayor.