Após seis pregões seguidos de valorização, as mudanças de atuação e de tom do Banco Central surtiram efeito e o dólar caiu ante o real. No fechamento, o dólar à vista ficou em R$ 3,6841, com desvalorização de 1,41%. O giro do segmento foi forte, de US$ 980 milhões. Durante o dia, a moeda americana oscilou entre R$ 3,6835 (-1,43%) e R$ 3,7274 (-0,25%). O dólar para junho, às 17h, recuava 1,30%, cotado a R$ 3,6925. O volume negociado também era robusto, de cerca de US$ 18,8 bilhões.
“Hoje o mercado acalmou. Tem goleiro no jogo”, resumiu um operador. Na noite de sexta, após o dólar encerrar a semana a R$ 3,7369, acumulando alta de 3,80% na semana, o BC novamente alterou as condições de sua intervenção no câmbio. Ele triplicou o número de contratos de swap cambial adicionais que vinha oferecendo, de 5 mil (US$ 250 milhões) para 15 mil (US$ 750 milhões). E falou ainda que poderá atuar de forma discricionária, sem aviso prévio, em vários momentos do dia, se necessário.
“O BC deu uma demonstração de força, voltou para o jogo. Deixou de ser previsível e mudou o tom”, afirmou um gerente de câmbio de um banco de médio porte. “Acredito que agora o dólar vai ter espaço para se acomodar em um patamar mais baixo do que a casa dos R$ 3,70”, disse. Ele lembrou ainda que o cenário externo hoje se mostrou favorável para o refresco do câmbio no País.
Houve a trégua nos conflitos comerciais entre Estados Unidos e China. No fim de semana, os dois países divulgaram comunicado dizendo que concordam em reduzir substancialmente o déficit comercial americano com o país asiático. O dia foi também de menos pressão nos Treasuries – a T-Note de 10 anos no final da tarde estava estável, em 3,057%; e o papel de 30 anos estava em 3,198%. Perto das 17h, o dólar caía também em relação a outras moedas emergentes, como o rublo (-1,04%); o rand (-0,50%); o peso mexicano (-0,45%) e ao dólar australiano (-0,85%).
Para amanhã, a expectativa é pela divulgação da ata da reunião do Copom da quarta-feira passada. Os especialistas vão buscar alguma sinalização do BC sobre qual será o eventual impacto da apreciação do dólar nos índices de inflação no Brasil.