Economia

Arábia Saudita não tem proposta para cortar produção de petróleo

Não há proposta para um corte coordenado pela Arábia Saudita na Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) da produção da commodity, afirmou o ministro saudita do Petróleo, Ali al-Naimi, nesta sexta-feira. Segundo ele, a demanda pelo petróleo deve continuar a aumentar no próximo ano.

Ao chegar para a reunião da Opep, Naimi disse: “Não há base para acreditar que há uma proposta coordenada saudita para reduzir a produção”. Segundo o ministro, há um superávit de petróleo no mercado. “Nós já dissemos mais de uma vez que estamos dispostos a cooperar com qualquer um que esteja disposto a trabalhar conosco para equilibrar o mercado”, disse a autoridade.

Após a notícia de que a Arábia Saudita estaria aberta a um corte na produção, se outros produtores concordassem, a reação do Irã e da Rússia foi descartar essa possibilidade. Teerã se prepara para voltar ao mercado internacional, com a retirada das sanções contra o país por causa do programa nuclear iraniano, enquanto Moscou avalia que a manutenção da produção em patamar alto foi uma estratégia liderada pelos sauditas para prejudicar financeiramente a Rússia.

Aparentemente, o Irã recuou da ideia anterior de que os países da Opep tivessem cotas individuais de produção. O ministro do Petróleo iraniano, Bijan Zanganeh, disse que “sem cotas, a Opep não pode fazer nada”, mas também acrescentou que “nós não temos propostas. Estamos aqui para ouvir”.

O ministro do Petróleo do Iraque, Adel Abdul-Mehdi, disse nesta sexta-feira que a estratégia saudita de lutar pela fatia de mercado, independentemente dos preços da commodity, tinha sucesso apenas parcial. “Isso está funcionando 50-50”, disse ele em Viena. “Nós estamos preocupados com a união da Opep e em defender os interesses de todos os países”, afirmou o ministro. O Iraque produz cerca de 4,5 milhões de barris ao dia, atualmente, e planeja exportar cerca de 3,6 milhões de barris ao dia, disse a autoridade.

Segundo relatório da comissão econômica da Opep, caso o cartel continue a produzir nos níveis atuais, de cerca de 31,5 milhões de barris ao dia, a demanda superaria a oferta em 2016 em 700 mil barris ao dia, o que manterá os preços baixos. Caso a produção retorne aos 30 milhões de barris ao dia – um teto fechado pelo cartel, mas em geral ignorado -, a demanda superaria a produção em 800 mil barris ao dia, de acordo com o documento. Os preços ainda assim continuariam baixos, porque o mundo aumentou muito seus estoques, durante esse período de excesso de oferta e preços baixos, aponta o relatório. Fonte: Dow Jones Newswires.

Posso ajudar?