A Argentina está de volta à final da Copa América. Em sua melhor atuação nesta edição do torneio, a equipe de Gerardo Martino não deu qualquer chance ao Paraguai e goleou sem piedade os algozes do Brasil nesta terça-feira por 6 a 1, na cidade de Concepción. Agora, disputará o título com os donos da casa, os chilenos, no confronto entre as duas melhores seleções da competição.
Esta será a terceira final da Argentina nas últimas quatro edições da Copa América, mas a equipe não a vence desde 1993. Foi há 22 anos, aliás, justamente na edição do Equador do torneio continental, que o país conquistou seu último título com a seleção principal.
Para acabar com esse jejum, a Argentina precisa vencer o Chile no sábado, em Santiago, às 17 horas (de Brasília). Será o confronto do melhor elenco, o argentino, que nem sempre foi brilhante mas nesta terça exibiu toda sua qualidade, com a equipe que mostrou o melhor futebol do torneio até o momento, a chilena.
O Paraguai, por sua vez, perdeu a chance de repetir a campanha de quatro anos atrás, quando chegou à final na Argentina, mas superou as expectativas. Se passou pela burocrática seleção brasileira nas quartas de final, sucumbiu à evidente superioridade de uma equipe argentina em dia inspirado.
O JOGO – O começo foi bastante equilibrado e cada seleção havia tido uma oportunidade quando a Argentina aproveitou a jogada aérea para abrir o placar. Aos 14 minutos, Messi bateu falta pela esquerda, Rojo, meio no susto, viu a bola tocar na canela de Cáceres e ficar viva. Então, virou batendo para a rede, sem chance para Villar.
O gol deu a tranquilidade que a Argentina precisava para dominar o confronto, usando suas velozes peças ofensivas no contragolpe. Foi assim que Messi deu enfiada perfeita para Pastore, que parou em Villar aos 21. A dupla voltou a funcionar cinco minutos depois, mas desta vez Pastore não perdoou. Messi escapou da marcação pelo meio e tocou para o meia do Paris Saint-Germain, que dominou tirando do zagueiro e bateu cruzado para ampliar.
Não bastasse a diferença técnica e a desvantagem no placar, as lesões apareceram para completar o pesadelo do Paraguai. O jovem Derlis González e o veterano Roque Santa Cruz precisaram ser substituídos antes dos 30 minutos. O cenário era tão tranquilo, que os argentinos relaxaram.
Os comandados de Gerardo Martino já não exibiam o mesmo ímpeto e chamavam os adversários para cima. O Paraguai, então, passou a encontrar alguns espaços em rápidos toques no ataque. Mas foi em um erro infantil na saída de bola argentina que Lucas Barrios, justamente o substituto de Santa Cruz, aproveitou para encher o pé da meia-lua e diminuir aos 42.
A postura do fim do primeiro tempo deve ter gerado um puxão de orelha de Martino nos jogadores, porque a Argentina voltou completamente diferente para a etapa final. E precisou de somente dois minutos para fazer o terceiro. Após toques rápidos no meio de campo, Pastore avançou e deixou Di María em ótimas condições para tirar do goleiro.
Desta vez sim, o Paraguai estava batido. E não demorou para que a Argentina acabasse de vez com qualquer sonho do adversário, em lance de gênio de Messi. Aos sete minutos, ele ganhou de Cáceres no meio de campo, passou por Aguilar, tocou entre as pernas de Bruno Valdez e rolou para Pastore. Villar ainda bloqueou o meia, mas a sobra ficou com Di María, que só teve o trabalho de rolar para o gol.
A vantagem voltou a tranquilizar a Argentina, mas desta vez a equipe soube administrar com inteligência. Manteve a posse, seguiu no campo de ataque e até criou uma ou outra chance, como aos 22, em outro lance genial de Messi, que parou em Villar. Assim, definiu a goleada aos 34, em cruzamento de Di María que Agüero cabeceou para a rede, e aos 37, quando Higuaín aproveitou sobra no meio da área para fuzilar.
FICHA TÉCNICA:
ARGENTINA 6 X 1 PARAGUAI
ARGENTINA – Romero; Zabaleta, Otamendi, Demichelis e Marcos Rojo; Mascherano (Gago), Biglia e Pastore (Banega); Messi, Di María e Agüero (Higuaín). Técnico: Gerardo Martino.
PARAGUAI – Justo Villar; Bruno Valdez, Paulo da Silva, Aguilar e Ivan Piris; Cáceres, Ortiz, Derlis González (Bobadilla) e Benítez; Roque Santa Cruz (Lucas Barrios) e Haedo Valdez (Óscar Romero). Técnico: Ramón Díaz.
GOLS – Marcos Rojo, aos 14, Pastore, aos 26, e Lucas Barrios, aos 42 minutos do primeiro tempo. Di María, aos dois e aos sete, Agüero, aos 34, e Higuaín, aos 37 minutos do segundo tempo.
ÁRBITRO – Sandro Meira Ricci (Fifa/Brasil).
CARTÕES AMARELOS – Marcos Rojo, Biglia (Argentina); Cáceres, Paulo da Silva, Ortiz (Paraguai).
RENDA E PÚBLICO – Não disponíveis.
LOCAL – Estádio Municipal Alcaldesa Ester Roa Rebolledo, em Concepción (Chile).