Com uma arrecadação extraordinária de R$ 7,130 bilhões com o Refis, a arrecadação federal de agosto foi recorde para o mês e fechou em R$ 94,378 bilhões, uma alta real (com correção da inflação pelo IPCA) de 5,54% em relação a agosto do ano passado, informou nesta terça-feira, 23, a Receita Federal. Na comparação com julho de 2014, houve queda real de 4,73%. O resultado ficou dentro do intervalo encontrado na pesquisa realizada pelo AE Projeções com o mercado financeiro e abaixo da mediana. De acordo com o levantamento, as expectativas indicavam um resultado de arrecadação de R$ 87,8 bilhões a R$ 99,2 bilhões, com mediana de R$ 96,7 bilhões.
A arrecadação das chamadas receitas administradas pela Receita Federal somou R$ 92,321 bilhões em agosto, o que representa uma alta real de 5,68% ante o mesmo mês de 2013.
As demais receitas (taxas e contribuições recolhidas por outros órgãos) foram de R$ 2,057 bilhões, uma queda de 0,43% ante o mesmo período do ano anterior.
No acumulado de janeiro a agosto de 2014, o pagamento de tributos somou R$ 771,788 bilhões, com alta real de 0,64% em relação ao mesmo período de 2013, e também representou resultado recorde para o período.
Refis
O resultado da arrecadação com o Refis no mês de agosto ficou abaixo do que a Receita previu inicialmente, de um valor entre R$ 13 bilhões e R$ 14 bilhões no mês. No fim de agosto, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, havia adiantado que a arrecadação do governo com o parcelamento de débitos tributários em agosto seria menor do que o previsto pela Receita Federal. “Esse Refis que começou em agosto é dividido em cinco parcelas. Não tinha como concentrar em agosto a projeção de R$ 13 bilhões. É inadequada”, explicou na ocasião. O ministro afirmou que, “como um todo”, o Refis deve render de R$ 18 bilhões a R$ 20 bilhões em 2014.
Renúncia fiscal
A renúncia fiscal com desonerações tributárias somou R$ 67,199 bilhões de janeiro até agosto, segundo os dados divulgados pela Receita Federal. O valor é 36,86% maior que os R$ 49,100 bilhões registrados no mesmo período do ano passado. Só em agosto deste ano, a renúncia foi de R$ 8,387 bilhões, um número que é 22,55% maior que os R$ 6,843 bilhões registrados no mesmo mês de 2013. A desoneração referente à folha de salários somou R$ 12,550 bilhões de janeiro a agosto de 2014, sendo R$ 1,584 bilhão referente ao mês passado.