Quem acompanhou a reunião convocada por Almeida na terça-feira em casa noturna do Macedo viu uma sucessão de discursos “contra o golpe”. O prefeito Sebastião Almeida (PT), que até pouco tempo atrás tinha a OAB local sob suas asas, fez graves críticas à entidade, dizendo até que a “Ordem esteve ao lado da ditadura militar”. Só se esqueceu de dizer que a entidade foi a principal responsável pelo impeachment do ex-presidente Fernando Collor de Mello, amplamente apoiado pelo PT.
Não larga o osso
No encontro de terça-feira à noite, um dos discursos mais enfáticos a favor do PT não partiu de nenhum petista. No mesmo dia em que o PMDB nacional desembarcou do governo Dilma, o vereador Lamé só faltou vestir a camisa vermelha e pendurar uma estrela no pescoço. Em sua fala, atribuiu à mídia e ao Judiciário o “golpe” que está em curso no país, na visão dos petistas. Como outros companheiros, o peemedebista não levou em consideração que o impeachment é previsto na Constituição e, neste caso, tem o trâmite avalizado pelo Supremo Tribunal Federal.
Celulares a postos
Hoje tem mais um ato em defesa da presidente Dilma Rousseff (PT), em São Paulo. Como já virou praxe, comissionados da Prefeitura – obrigados a comparecerem sob pena de perderem as boquinhas na administração – devem ir em peso. Muita gente, descontente com esse tipo de pressão exercida por Almeida, promete ficar de olho nos horários que eles deixarão as repartições e o transporte que utilizarão. Na manifestação do dia 19, o PT usou ônibus da EMTU e da empresa privada, contratada pela Prefeitura e Proguaru para o transporte dos servidores.
Sob vaias
A até hoje vereadora Eneide Lima (PT), que deve perder o cargo por ser suplente com a volta de titulares que devem deixar o secretariado do prefeito Sebastião Almeida, subiu à Tribuna da Câmara na sessão extraordinária de ontem para dizer que votaria contra projeto de interesse dos servidores, que lotavam as galerias da casa. “Não é a hora de aprovar nada que possa aumentar despesas da administração. Podem xingar à vontade”. Apesar de impopular, ela se mostrou corajosa.
De milhão em milhão
Pouco mais de R$ 1 milhão. Este é o valor que o Stap espera arrecadar neste ano com o Imposto Sindical, descontado na folha de pagamento dos servidores públicos municipais neste mês de março. O valor, que equivale a um dia de salário de cada trabalhador, está previsto na Constituição Federal. A estimativa do presidente da entidade Pedro Zanotti é que a arrecadação repita os valores de 2015, quando entrou para os cofres do sindicato R$ 1 038.606,55.