Milhares de pessoas protestaram neste domingo em Rabat contra o plano de paz do presidente americano, Donald Trump, para tentar colocar fim ao o conflito entre Israel e Palestina.
Com bandeiras palestinas, os manifestantes marcharam pelo centro da capital do Marrocos gritando "Viva a Palestina!", segundo a agência de notícias AFP. A marcha contou com a presença de simpatizantes islamistas, sindicalistas e políticos locais, que pediram o "boicote aos produtos dos Estados Unidos", país que foi classificado pelos manifestantes de "inimigos da paz".
Outro protesto contra o plano do republicano foi registraddo em Sfax, no leste da Tunísia. O ato foi convocado pela central sindical UGTT, que disse que a proposta americana é um "acordo da vergonha".
Marrocos, país aliado dos Estados Unidos, "aprecia os esforços de paz construtivos feitos pelo atual governo americano para alcançar uma solução justa, duradoura e igual no Oriente Médio", reagiu o ministro das Relações Exteriores do Marrocos, Nasser Bourita, no dia seguinte ao anúncio do plano.
No sábado, Bourita se reuniu em Amã com o presidente palestino Mahmoud Abbas e reafirmou a posição de Marrocos na questão palestina, segundo Rabat.
Durante a manifestação, que foi autorizada e ocorreu sem qualquer tipo de confronto, alguns dos participantes queimaram bandeiras de Israel.
"Querem legalizar a ocupação, acabar com os direitos dos palestinos e tirar de nós os locais cristãos e islâmicos sagrados na Palestina", afirmou texto lido por um dos organizadores do protesto.
Mapas. Também no sábado, o premiê israelense, Binyamin Netanyahu, afirmou que Israel começou a elaborar mapas para anexar terras na Cisjordânia, como prevê o plano de Trump.
No entanto, ele foi alertado ontem pelo embaixador dos EUA em Israel, David Friedman, que qualquer medida unilateral dos israelenses colocaria em risco o apoio dos americanos à proposta.
"A visão para a paz do presidente Trump é resultado de mais de três anos de coordenação estreita entre o presidente, o primeiro-ministro Netanyahu e altos representantes de suas respectivas equipes", escreveu Friedman, em sua conta no Twitter.
Conforme o embaixador, "Israel deve finalizar o processo de mapeamento no comitê conjunto entre Israel e Estados Unidos. Qualquer ação unilateral tomada antes da finalização do processo pelo comitê coloca em risco o plano e o reconhecimento americano", disse o embaixador dos EUA.
Israel busca há tempos, sem sucesso, que os Estados Unidos reconheçam a soberania israelense naquela região.
Concorrendo à reeleição em uma votação marcada para 2 de março, Netanyahu tem sido pressionado por líderes de colonos e por membros de extrema direita de seu gabinete para avançar com anexações antes da eleição, apesar da pressão da Casa Branca para que haja negociação com os palestinos.
"O reconhecimento (dos EUA) é a principal coisa e não queremos colocar isso em risco", disse Netanyahu ontem, um dia após afirmar em um comício de campanha que a área que seria anexada incluiria todos os assentamentos israelenses e o Vale do Jordão.
A maioria dos países considera que os assentamentos israelenses em terras ocupadas em guerra são uma violação do direito internacional. (Com agências internacionais).
As informações são do jornal <b>O Estado de S. Paulo.</b>