Balanço divulgado nesta sexta-feira pela Receita Federal indica que houve maior apreensão de comprimidos da droga sintética ecstasy em 2014, num ano de realização da Copa do Mundo de futebol no Brasil. A apreensão de ecstasy mais que dobrou: 248 mil comprimidos foram retidos pela Receita em portos, aeroportos e fronteiras. Em 2013, foram 110 mil comprimidos. Houve também um ligeiro aumento na apreensão de maconha: 8,97 toneladas em 2014, contra 8,23 toneladas em 2013. O balanço apresentado pela Receita é de dados sobre contrabando, fluxo de despachos aduaneiros de comércio exterior e movimentação de passageiros internacionais.
O subsecretário de Aduana e Relações Internacionais, Ernani Checcucci, disse que o aumento de drogas apreendidas pode ter tido relação direta com o aumento de turistas estrangeiros em função da Copa, especialmente no volume de ecstasy – uma droga mais cara que a maconha. “Não saberia dizer se tem a ver com a Copa, mas é provável que tenha tido algum impacto”, disse.
Os volumes reportados pela Receita não são o total da droga retida ao tentar entrar no Brasil. Isto porque, segundo Ernani, a Polícia Federal é responsável por operações contra o tráfico internacional. A Receita apreende apenas a droga portada por passageiros, turistas e em remessas via correio internacional.
Em 2014, a quantidade de cocaína retida pela Receita caiu significativamente. Foram apreendidas 700 quilos da droga no ano passado, ante 2,183 toneladas em 2013. O mesmo ocorreu com o crack, com apreensão de 43,2 quilos em 2014, contra 81 quilos no ano anterior.
A Receita também apreendeu US$ 1 milhão em joias, que dois passageiros internacionais esconderam sob a roupa para não fazer a declaração de bens obrigatória no aeroporto. Cada passageiro pode trazer apenas US$ 500 em bens, o que ultrapassa esse valor paga o imposto referente ao produto e multa de 50% sobre o imposto devido.
Foram mais retidos mais de R$ 63,5 milhões em bens não declarados nos aeroportos internacionais brasileiros em 2014, incluindo R$ 2,5 milhões em dinheiro vivo na forma de 27 diferentes moedas estrangeiras.
De acordo com a Receita, o valor total de bens não declarados foi superior a R$ 251 milhões no ano passado, sobre os quais foram aplicadas R$ 17,2 milhões em multas e cobrados outros R$ 43 milhões em impostos. O controle quantitativo desses movimento começou a ser feito no final de 2013 e, portanto, não existe base de comparação.