Novo boletim epidemiológico sobre a epidemia, com base nos dados da Fundação Seade, mostra que mortalidade por Aids no Estado de São Paulo atingiu o menor nível em 20 anos. Por outro lado, o levantamento aponta também aumento da transmissão de HIV/Aids entre homossexuais masculinos. Foram 776 casos em 2007 e chegou a 802, no ano passado.
Em 2009 houve 7,8 óbitos por 100 mil habitantes em todo o Estado. Este índice só havia sido menor em 1989, época que a doença estava em pleno avanço, com 5,5 mortes por 100 mil habitantes. A pior taxa, de 22,9, foi registrada em 1995.
No ano passado ocorreram 3.230 mortes por Aids no Estado, contra 3.356 em 2008. O índice de mortalidade entre homens nesse período de um ano caiu de 11,1 óbitos por 100 mil habitantes para 10,5, enquanto o de mulheres passou de 5,4 para 5,2.
De acordo com Maria Clara Gianna, coordenadora do Programa Estadual DST/Aids, "esta redução se deve a uma série de fatores, em especial à introdução das novas terapias antirretrovirais de resgate nos últimos dois anos e ao incentivo ao diagnóstico precoce de HIV por intermédio das campanhas de testagem gratuita".
Desde 1980, entre os 120.927 casos de Aids notificados em homens, 34.055, ou 28,2%, ocorreram em homens que fazem sexo com homens. Mas na última década a participação proporcional de casos registrados nesse grupo entre o total de casos em homens cresceu de 24,1% em 2000 para 35,3% no ano passado.
"Os dados apontam para a necessidade de discutir e compreender melhor os contextos de vulnerabilidade e expandir as estratégias de prevenção da infecção pelo HIV entre gays e homens que fazem sexo com homens", afirma Artur Kalichman, coordenador-adjunto do Programa Estadual de DST/Aids-SP.